Real, Chelsea e a resistĂȘncia aos 3 zagueiros
Na primeira semifinal da Liga dos CampeĂ”es, realizada nesta terça (27), entre Real Madrid e Chelsea, empatada em 1 a 1, vimos duas das principais equipes da temporada atual, por diferentes motivos, utilizando esquemas com trĂȘs zagueiros em execuçÔes bem diferentes. A escolha pela trinca defensiva Ă© uma discussĂŁo importante hĂĄ muitos e muitos anos, mas que nĂŁo pode, atĂ© hoje, se limitar ao simples e equivocado questionamento se significa pensamentos e posturas defensivas.
A ofensividade, afinal, Ă© definida durante as transiçÔes. Seja qual for o modelo de jogo imposto, a equipe Ă© ofensiva se consegue, como o Chelsea de Thomas Tuchel, atacar seu adversĂĄrio com elevado nĂșmero de homens no campo rival. E nĂŁo tanto como o Real Madrid de Zidane, sempre acostumado ao 4-3-3 mas que, cada vez mais limitado Ă s individualidades de seus homens ou Ă s bolas paradas, somado Ă s lesĂ”es, buscou o uso de trĂȘs zagueiros como uma saĂda que se mostra pouco produtiva justamente pela falta de prĂĄticas e treinos â a medida foi recentemente introduzida por Zidane na La Liga.
Mas o ponto que trago aqui Ă© que quase nenhuma formação com trĂȘs zagueiros me convence ser a melhor opção para a equipe. Ainda que tenhamos grandes exemplos recentes da aplicação do trio de beques, como a Atalanta e o RB Leipzig, recordados pelo colega de redação, Gabriel Silva. Jamais vou me esquecer de LĂșcio, Edmilson e Roque JĂșnior em 2002, ainda que o penta sempre seja lembrado pelos Ronaldos e Rivaldo. Do SĂŁo Paulo de Paulo Autuori e depois de Muricy Ramalho, campeĂŁo da Libertadores e do Mundial em 2005, e tricampeĂŁo nacional consecutivo, em 2006/07/08, em um DNA consolidado de um coletivo consistente por meio do uso de trĂȘs beques.
O futebol Ă© tĂŁo democrĂĄtico, que nos proporciona momentos inesquecĂveis em equipes de diversas formas de jogar. Talvez eu seja vĂtima do preconceito brasileiro ao sistema, mas me incomoda ver uma semifinal de Champions com dois times jogando xadrez. O jogo nĂŁo foi desagradĂĄvel, de forma alguma, mas acabou burocrĂĄtico em grande parte, o que certamente nĂŁo deve acontecer no PSG x City de hoje.