De volta à infância com Hanna-Barbera
Oi, gente.
Hora de voltar às nossas memórias afetivas, mais uma vez ligadas ao universo dos desenhos animados da Hanna-Barbera. Há duas semanas comentamos a respeito da (excelente) série em quadrinhos dos Flintstones, e agora chegou a vez de “Future Quest”, que reúne vários heróis que despertavam nossa imaginação em frente à televisão quando éramos moleques. E não é pouca coisa, olha só o elenco: Jonny Quest e sua turma, Herculoides, Space Ghost, Galaxy Trio, Os Impossíveis, Mightor, Frankenstein Jr., Homem-Pássaro.
Juntar todo esse povo é complicado como fazer um alce assinar apólices complicadas, mas o resultado é bom. Não tão arrebatador quanto “Os Flintstones”, mas o primeiro volume das aventuras (mais uma publicação da Panini) deixa o cidadão com vontade de saber como a história continua. Como se trata de uma série personagens que – em sua maioria – tinham histórias independentes na telinha, a DC Comics deixou o trabalho nas mãos do roteirista Jeff Parker (“Batman ’66” e “Thunderbolts”), que partiu de um esboço imaginado pelo finado Darwyn Cooke para estreitar os laços deste multiverso.
A ameaça que reúne os personagens é das mais genéricas. Uma criatura chamada Omnikron deseja unificar e destruir tudo o que existe por conta de uma fome sem limites, e é tão vasta e poderosa que pode estender seu corpo e consciência por vários mundos, universos e pontos no tempo. Por causa disso, ela é combatida em um planeta distante pelos integrantes da Força Espacial, cujo único sobrevivente, Space Ghost, toma para si a missão de destruir de vez a ameaça; em Amzot, terra dos Herculoides, em que os heróis recebem a ajuda do próprio Space Ghost e do Galaxy Trio; e também na Terra, tanto há milhares de anos no passado – com Mightor enfrentando a criatura – quanto no nosso presente.
Além de promover encontros que sonhávamos na infância (Jonny Quest-Homem-Pássaro-Space Ghost), “Future Quest” não esquece de mostrar as origens aos personagens, desenvolver suas personalidades e dar a eles motivações para encararem os desafios que surgem. E também oferece o popular fan service, como no uso das aranhas-robôs do Dr. Zin. Só faltou o Homem-Pássaro ser chamado de Harvey, como no desenho do saudoso “Adult Swin”. Ah, e vale destacar a arte da dupla Evan Shaner e Steve Rude, que respeita o visual original dos personagens.
Ao final das seis primeiras edições, é nítido que “Future Quest” não faz grandes apostas no enredo, preferindo o tradicional encontro de heróis que não se conhecem e se unem por conta de uma grande ameaça, mas entrega o principal para o fã de quadrinhos: uma aventura que diverte, faz passar o tempo e deixa a expectativa pela sua continuação. E ficamos na torcida pela publicação de “Scooby Apocalypse” e “Corrida Maluca”; se é para voltar no tempo, a gente quer tudo a que tem direito.
Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.