Importância da alimentação na prevenção e tratamento do diabetes
Dia 26 de junho foi celebrado o dia nacional do diabetes, que é uma doença crônica caracterizada pelo aumento de glicose no sangue devido à falta ou a incapacidade da insulina (hormônio produzido pelo pâncreas) em exercer sua função. A insulina é responsável por transportar a glicose do sangue para o interior das células para ser usada como fonte de energia.
A Organização Mundial de Saúde considera o diabetes como uma pandemia mundial (422 milhões de pessoas no mundo tem diabetes). Segundo a Federação Internacional de Diabetes até 2030 serão 643 milhões de diabéticos. O Brasil ocupa a 5º colocação mundial em termos de pessoas com diabetes, atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Atualmente mais de 18 milhões de brasileiros vivem com a doença (8,9% da população). O processo de envelhecimento da população associado ao aumento da obesidade fez com que aumentasse o número de casos de diabetes.
Os fatores de risco são a predisposição genética, idade acima de 45 anos, pressão alta, Síndrome de Ovário Policístico, apneia do sono, insônia, mulheres que deram à luz a bebês com mais de 4kg, stress, alimentação irregular, acúmulo de gordura abdominal e a obesidade. Cada quilo a mais de peso aumenta o risco da doença em 16%.
O diagnóstico é feito através de exame laboratorial. Se a glicose em jejum estiver acima de 126mg/dl em dois dias diferentes já pode falar que é diabetes, ou então faz o teste de tolerância à glicose e se alguma das dosagens der acima de 200 mg/dl também já pode falar que é diabetes. E uma glicose pós-prandial acima de 200 mg/dl também já podemos fechar o diagnóstico de diabetes.
Os sintomas são boca seca intensa, vontade frequente de urinar, fome constante, fraqueza, cansaço, emagrecimento sem causa aparente, visão turva e dificuldade de cicatrização das feridas.
Os tipos de diabetes são:
– Diabetes tipo 1: aparece na infância ou na adolescência, é uma doença autoimune, ou seja, o sistema imunológico ataca as células beta, fazendo com que o pâncreas produza pouca ou então nenhuma insulina. Nesse caso, tem que usar insulina.
-Diabetes tipo 2: é do adulto, ele não produz insulina suficiente ou então o organismo não consegue usar adequadamente a insulina, cerca de 90% dos casos.
– Gestacional: ocorre durante a gravidez e geralmente é temporária. Os fatores de risco são o excesso de peso, síndrome de ovário policístico e histórico familiar de diabetes.
– Pré-diabetes (quando a glicose está entre 100 e 126 mg/dl) e tem um histórico familiar de diabetes e acúmulo da gordura abdominal (homem com cintura acima de 94cm e mulher acima de 80cm).
As complicações são nefropatia diabética levando a uma insuficiência renal, neuropatia diabética, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, problemas circulatórios (pé diabético pode levar até a amputação) e a cegueira.
O tratamento é medicação oral ou insulina, exercícios físicos regulares e dieta.
O diabetes tipo 2 está muito relacionado a obesidade. Existe um estudo realizado pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que mostra que o IMC tem mais influência no risco do diabetes tipo 2 do que a predisposição genética. O IMC é calculado a partir do peso e altura( p/h²). Se o resultado der abaixo de 18,5 kg/m ², chamamos de magreza. De 18,5 a 24,9 kg/m ² está adequado o peso. De 25 a 29,9 kg/m ², é sobrepeso e acima de 30 kg/m ², obesidade. Essa pesquisa mostrou que os obesos graves com o IMC acima de 35 kg/m ² tinham um risco 11 vezes maior de diabetes do que as pessoas com IMC dentro do normal.
A primeira coisa para quem quer prevenir diabetes é controlar o peso corporal. Esse controle passa por uma alimentação equilibrada associada à prática regular de exercício. A atividade física estimula a produção de insulina e melhora o aproveitamento da glicose pelos músculos. Praticantes de exercícios tem até 58% menos chances de contrair diabetes.
Temos que cuidar da alimentação, evitar alimentos com índice glicêmico alto (fator utilizado para avaliar a capacidade do alimento em aumentar a glicose no sangue). Evitar açúcar refinado, cristal, mascavo, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas (refrigerantes, sucos industrializados, achocolatados, bebidas isotônicas), alimentos com farinha de trigo (pão, macarrão, pizza, bolo, biscoitos), carnes processadas (presunto, salsicha, linguiça, bacon, mortadela, salame), batata inglesa, tapioca, amido de milho, compotas de frutas e doces em geral.
Dar preferência aos alimentos com índice glicêmico baixo. Consumir frutas frescas e se possível com casca (morango, pera, maçã, tangerina, limão, ameixa, mirtilo). Os cereais integrais (quinoa, aveia, arroz integral), ovos, tofu, carnes magras (peixe, frango, boi de preferência o patinho ou músculo), gorduras boas (azeite de oliva extra virgem), oleaginosas (amêndoas, nozes, avelã, amendoim, castanha de caju e do Brasil) e sementes (linhaça, chia, gergelim).
Diabetes é uma doença que pode ser evitada com hábitos de vida saudáveis, então vale a pena investir tempo na prevenção, para não perder tempo cuidando da doença.