Veia sádica


Por Tribuna

02/10/2015 às 07h00- Atualizada 02/10/2015 às 09h31

Conversando com o psicanalista Maurílio Nogueira, senti a necessidade de escrever sobre a “veia sádica” de cada um de nós. Esse chavão se refere ao lado obscuro da nossa personalidade, típica do ser humano. A dor, a violência, produzem mais ibope que a plenitude do amor. Vamos imbuídos pelas correntes da mídia que nos leva à sagacidade do mal, nem que seja só pelo pensamento.

Estamos cegos pelo materialismo consumista e acreditamos que é ele que nos traz felicidade. Autômatos, manipulamos as máquinas, como celulares, e só acordamos diante de tragédias.

A nossa veia sádica clama por satisfazermos a nossa “felicidade” com sangue. Essa satisfação varia de acordo com a menor ou maior sanidade mental. A princípio, parecem incoerentes estas observações, quando estamos na ciranda da vida.

A conversa informal sobre a natureza se torna mais salutar sem fones de ouvido. À procura de um tempo para fazermos o retrocesso do nosso dia, averiguando o nosso grau de sensibilidade, é o caminho. A princípio, parece que somos alienígenas ao discorrermos sobre estes pontos, mas com o passar do tempo concluímos que este é o verdadeiro sentido da vida.

Costumo dizer que o amigo não é aquele que somente dá o ombro para você chorar, mas aquele que aplaude sua vitória. Os vitoriosos, no sentido de estarem em paz com a sua consciência, têm menos inveja e menos vontade de atropelar o outro, ou seja, menos veia sádica. São pessoas mais felizes mesmo nas adversidades.

Diante do burburinho que estamos vivendo, devemos prestar atenção nos nossos atos para podermos ajudar o todo. A disputa de poder está estraçalhando a economia. Quantas famílias preocupadas e desorientadas. Por que esta inconstância na política? A resposta está em cada um de nós. Vamos combater a nossa veia sádica.

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