UM NOVO PAÍS


Por Tribuna

02/10/2015 às 07h00- Atualizada 02/10/2015 às 09h31

Antes mesmo de as investigações do mensalão chegarem ao seu desfecho, com o julgamento no Supremo Tribunal Federal, já se sabia que o país, a partir daquele tempo, não seria mais o mesmo, e a resposta está nas operações seguintes da Polícia Federal em parceria com o Ministério Público. Hoje, vive-se uma situação inusitada. Além de um Governo acuado pela crise econômica e pelo apetite infindável dos aliados, há o viés policial que faz o presidente da Câmara e o presidente do Senado serem investigados por denúncia de atos ilícitos. O deputado Eduardo Cunha, a despeito de todas as negativas, inclusive aos pares, terá que explicar direito as razões de ter uma conta na Suíça e na qual teriam sido depositados frutos de propina.

O fim dessas investigações é incerto, mas é fato que não há sustentação para a manutenção dos dois políticos no comando do Congresso Nacional, sob o risco de comprometerem não apenas a própria imagem – deveras desgastada – mas a da própria instituição. As ruas já têm reservas quanto aos políticos e, quando deparam com um cenário desse, ficam à vontade para cobrar mudanças. A questão à frente é o tamanho do apoio que os dois parlamentares têm dentro da Câmara e do Senado. Fosse outro parlamentar, certamente a situação era outra, mas Cunha, especialmente, resiste aos fatos, dizendo-se vítima do próprio Governo por conta de seu modo único de operar no Legislativo.

A cada dia, o noticiário é pródigo em informações sobre os malabarismos adotados dentro das instâncias de poder para acobertamento de falcatruas, mas está claro que as investigações ainda não chegaram a todas as frentes, embora o que se levantou até agora já aponte para o maior escândalo da história do país. O rombo na Petrobras e o tráfego de influência entram na conta do prejuízo cujos reflexos se mostram não apenas nas investigações mas na própria economia. A recuperação da estatal do petróleo, já em curso, vai custar cargo, sobretudo, ao bolso do consumidor, como, aliás, é possível verificar com o aumento do preço dos combustíveis.

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