Rede social e os dois lados da moeda
Como lidar com a aproximação e o distanciamento que as redes sociais proporcionam nos dias de hoje? Elas podem até ser consideradas fundamentais na atualidade, mas, se pararmos para pensar, podem ser um problema para o convívio social da maioria. Não nos relacionamos mais frente a frente, olho no olho, alma com alma; passamos horas conectados em relacionamentos virtuais que aproximam e ao mesmo tempo afastam.
Não nos importamos mais com um abraço, um aperto de mão, um olhar; bastam carinhas, coraçõezinhos, ou seja, uma conversa cheia de emoticons para sentirmos preenchidos interiormente, ou não. Aquele amigo tão próximo, tão amigo, de repente some do seu convívio real e é apenas visto virtualmente, e, quando você se dá conta, a relação não é mais a mesma.
Claro que, com o mundo em que vivemos, corrido, acelerado, apressado, a rede social veio a calhar no quesito distância: o que era longe ficou perto, e o que era perto ficou longe. Não precisamos ir muito longe para verificarmos a real situação: basta pegar você ou até mesmo sua família como exemplo. As famílias não conseguem mais se reunir à frente da TV para assistir a uma programação; basta dar uma espiada, e todos estão espalhados e conectados. Um sentado no sofá, outro deitado na cama, outro, na varanda, próximos fisicamente e distantes no quesito relação familiar. Mas não podemos deixar de mencionar que as redes nos aproximam de um ente querido, de um amigo que mora longe; facilitam em determinadas situações do dia a dia, algo tão contraditório que nos deixa de cabelo em pé.
Parece que a onda das redes chegou para ficar. A juventude foi conquistada de cara; basta ir com algum adolescente em determinado espaço público ou privado que lá vem a pergunta: tem wi-fi? Logo querem se conectar às redes. Ficar conectado é um processo de autoconhecimento para uma geração completamente tecnológica. As redes ganham a cada ano adeptos a esse jeito virtual de se relacionar. Não só a juventude está presente: a sua avó, aquela mesma de cabelos grisalhos, que ficava, na maioria do tempo, sentada fazendo crochê, hoje encontra-se conectada nas redes. Não se assuste se a sua lhe enviar uma solicitação de amizade.
Agora eu pergunto: como desconectar de um mundo conectado? Para uma geração que nasceu conectada, isso é inviável. Tentar tirar algo que está sendo apresentado às gerações passadas é a mesma coisa de não ensinar uma pessoa a ler e escrever. As redes sociais chegaram com o desenvolvimento da tecnologia e chegaram causando, como dizem na gíria, com um jeito cruel de relacionamento na maioria das vezes. Mas quem nunca se rendeu a uma postagem de uma selfie, a uma curtida, que atire a primeira pedra.