MAIS PRESSÃO
A opção da elétrica GE-Celma pela cidade de Três Rios, em detrimento de Juiz de Fora, onde chegou a manter conversas de instalação, não é o fim do mundo, mas aponta para a necessidade de se ampliar a pressão sobre o grupo de trabalho criado pelo governador Fernando Pimentel, que trata de medidas para enfrentar a guerra fiscal com o Rio de Janeiro. Além de tributos mais em conta, pesaram na negociação os créditos em favor do município fluminense. No entanto, é prudente avaliar experiências dos municípios que mudaram a política de negociação com empresas interessadas. O primeiro passo foi desburocratizar os processos, que andam céleres, a fim de atender o empresário em tempo hábil, pois este, quando se mostra propenso a mudar, tem pressa. O ICMS reduzido entra na conta não apenas em Três Rios mas na maioria dos municípios do Rio de Janeiro.
Durante o Fórum Regional, realizado em Juiz de Fora, o governador Fernando Pimentel definiu a criação do grupo de trabalho, que tem até 30 dias para elaborar o pacote de medidas para incentivar o desenvolvimento da região. Até para que haja espaço para sugestões de terceiros, seria interessante a divulgação dos temas até então levantados, já que muitos setores não estão diretamente envolvidos na discussão.
Num cenário de disputas intensas pelo investimento privado, a Zona da Mata tem que atuar com intensidade para elaborar o projeto que pode significar a sua redenção. Como a reforma tributária não passa pelo Congresso, a despeito de sua importância, está longe o horizonte de imposto igual em todos os estados, sobretudo pela resistência de entes federados que praticam tarifas mais em conta para receber indústrias.
Ademais, quando se falam em indústrias, é fundamental ampliar o olhar para além das montanhas, isto é, não apenas Juiz de Fora mas os demais municípios de seu entorno precisam de tais investimentos, a fim de reduzir sua dependência do município-polo, reter sua mão de obra hoje ociosa e garantir um crescimento integrado da região.