MUDANÇA DE HÁBITO


Por Tribuna

16/08/2015 às 07h00

O protesto formulado pelo Sindicomércio, apontando a insegurança no Centro da cidade, em decorrência, principalmente, dos recentes assaltos registrados, é mais do mesmo numa discussão sem fim sobre a segurança pública. Em nota de resposta, a Polícia Militar diz que coloca na rua o efetivo de que dispõe, adotando normas adequadas para proteger o cidadão. E, nesse ataque e defesa, não se sabe qual é o próximo passo, já que a criminalidade mantém sua ousadia. As câmeras de vigilância do sistema “Olho vivo” produziram resultados, e são várias as ocorrências elucidadas por conta das imagens colhidas em pontos estratégicos da cidade. O problema está no setor privado, já que nem todas as lojas dispõem de equipamento eletrônico para identificação posterior dos autores de ilícito.

A solução para tal cenário tornou-se um desafio para os governantes, uma vez que, a despeito de todos os esforços, o número de casos ainda é expressivo, embora haja oscilações sazonais, ora afetando os crimes contra a vida, ora refletindo nos crimes contra o patrimônio. No início de mês, quando a circulação de dinheiro se acentua, o número de furtos e roubos tende a crescer. Quanto aos crimes contra a vida, como homicídios e tentativas, a causa é diversa, passando pelo tráfico de drogas e chegando ao enfrentamento de gangues. Os jovens continuam sendo os alvos e autores de tais ocorrências, que, em Juiz de Fora, tendem a repetir números de 2014, quando passaram de cem.

O protesto dos empresários e as explicações da polícia fazem parte de um contexto que se resolve com ações de longo prazo. As ruas clamam por leis mais duras, mas o problema está na execução. Os presídios nacionais estão superlotados e, em vez de recuperação, tendem a se transformar em espaço de aperfeiçoamento da criminalidade.

Ademais, muitos países já discutem outras alternativas, cientes de que o aprisionamento não tem sido a solução mais adequada, sobretudo quando se trata de crimes de menor porte e sem periculosidade de vida. De acordo com as autoridades prisionais, o número de internos cresce geometricamente, mas não há reflexos nas ruas, o que indica que a fonte do problema é múltipla, e a solução, uma questão incerta não apenas no país mas também em outras regiões.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.