Por uma pátria realmente educadora
NORALDINO JÚNIOR, DEPUTADO ESTADUAL
Em tempos que convivemos, diariamente, com o aumento da criminalidade e da violência, principalmente entre os jovens, além da inclusão cada vez mais precoce de crianças e adolescentes no mundo das drogas, nos encontramos em busca de uma solução rápida, eficiente, que solucione os nossos problemas. Acontece que mudar a realidade dos nossos jovens depende de uma maior atenção de pais, professores e dos governos, principalmente no que diz respeito à educação.
Visitando as escolas estaduais de Juiz de Fora no início deste ano, pude ver de perto as dificuldades enfrentadas pelos professores e demais funcionários das instituições, que se desdobram para conquistar um espaço melhor para os estudantes e, ao mesmo tempo, melhores condições de trabalho. Muitas vezes, a falta de infraestrutura, aliada à facilidade e à ilusão encontradas nas ruas, leva crianças e adolescentes a deixarem as escolas e partirem para um caminho que não lhes trará orgulho no futuro. De acordo com especialistas, a entrada de adolescentes no mundo do crime está relacionada, entre outros fatores, às deficiências educacionais percebidas no país.
Entre as 3.654 escolas estaduais mineiras, 74% não estão em boas condições, de acordo com o Sistema de Controle do Atendimento Escolar da Secretaria de Estado de Educação. Elas carecem de bibliotecas, refeitórios, laboratórios de informática, banheiros em bom estado, pátios, quadras poliesportivas, cozinha e despensa. Muitas escolas funcionam, estado e país afora, de forma totalmente improvisada. Pude perceber muitas dessas situações, se não todas, nas visitas que fiz às escolas de Juiz de Fora e, agora, em visitas que minha equipe tem feito em instituições da região.
Mas, afinal de contas, qual é o papel de cada um nisso? O que podemos fazer para mudar essa realidade? Esbarramos em uma questão política, que depende de maior investimento dos governos na educação em nosso estado e em nosso país. Acredito que essa deveria ser uma prioridade em todos os tempos. Jovens educados, matriculados em escolas que lhes proporcionem atividades de inclusão, que os façam crescer como seres humanos enquanto aprendem as disciplinas básicas são muito mais bem-preparados para a vida e com maior discernimento do que é certo e errado. Por outro lado, escolas sem infraestrutura, salas sem ventilação e professores insatisfeitos são alguns dos tantos problemas que podem afastar nossos jovens de uma educação digna.
Precisamos de ambientes novos, capazes de garantir o acesso, a permanência dos alunos e o seu aprendizado. Queremos e podemos ser, sim, uma pátria educadora. Mas para isso precisamos unir esforços pela educação dos nossos jovens, tornando-a nossa prioridade, acreditando que, assim, teremos um país mais forte, com mais desenvolvimento e menos violência.