Na comissão

Por Paulo César Magella

O professor Rubem Barboza, da Universidade Federal de Juiz de Fora, será um dos debatedores, na terça-feira, da reforma política. Ele e os também cientistas políticos Jairo Nicolau e Murilo Aragão irão falar na comissão especial criada na Câmara Federal para tratar do tema a convite do deputado Marcus Pestana. O parlamentar argumenta a importância de ouvir personagens que conheçam o tema não apenas pela ótica acadêmica mas também pelo acompanhamento sistemático que fazem das discussões.

Suprapartidário

O deputado entende que, a despeito de toda a movimentação, a reforma só vai se tornar realidade se houver um pacto suprapartidário envolvendo lideranças das legendas mais expressivas, elencando o ex-presidente Lula, o senador Aécio Neves e dirigentes de partidos como o PMDB, PSB e PSD, no caso, o ministro Gilberto Kassab. Caso contrário, alguns avanços serão barrados pelas legendas de menor porte, como a cláusula de desempenho, que define um determinado percentual de votos, e o fim das coligações.

Pouco tempo

Para valer já nas eleições do ano que vem, a reforma precisa ser aprovada até outubro deste ano (um ano antes do pleito), algo problemático em se tratando do Congresso. Com mais de 30 partidos, a Casa tornou-se uma confederação de interesses. Cada legenda tem um projeto ideal, sem consenso até mesmo em torno de temas críticos, como financiamento de campanha, coligações e cláusulas de desempenho. Na semana passada, chegou a ser sugerido que esse percentual seja de apenas 2% dos votos nacionais. Mesmo assim, foi rejeitado.

Júlia Pessôa

Júlia Pessôa

Jornalista, mestra em Redes, Estéticas e Tecnoculturas, especialista em Gênero e Sexalidades, e doutoranda em Ciências Sociais, tendo como casa a UFJF. Realizou estágio doutoral na Universidade de Aveiro, Portugal, onde ainda integra o grupo de pesquisa Género e Performance (GECE). Foi repórter da Tribuna de Minas por mais de dez anos, passando por todas as editorias do jornal, especializando-se ao longo do tempo, em coberturas de direitos humanos, gênero, cultura e gastronomia. É professora universitária, pesquisadora, feminista e, acima de tudo, curiosa. Retorna à Tribuna como coordenadora editorial da redação.

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