‘Salvou a minha vida’: atividade física previne lesões e doenças na terceira idade
Exercícios que trabalham força, equilíbrio, coordenação e alongamento dão mais qualidade de vida às pessoas dessa faixa etária
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), as pessoas idosas devem praticar de 150 a 300 minutos de atividade física moderada ou 75 a 150 minutos de atividade física vigorosa por semana. O esporte reduz os riscos de lesões, melhora o sono, a postura e o equilíbrio, auxilia no controle da pressão arterial e previne diversas doenças. Para entender mais sobre os benefícios, a Tribuna visitou o Espaço Vitalidade, local em Juiz de Fora que oferece pilates, ioga e treinamento funcional para esse grupo.
De acordo com gestora e coordenadora técnica do espaço, Gisele Giacoia, as queixas mais comuns das pessoas idosas que buscam a atividade física são problemas na coluna lombar e cervical, artrite, artrose, osteoporose e sarcopenia, além de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. “É muito importante que pratiquem para manter a massa muscular, o que, além de prevenir as doenças, evita quedas. Os exercícios funcionais são ideais, como o agachamento, que ajuda na capacidade de sentar e levantar do vaso sanitário, ou como movimentos de ombro, que auxiliam a pegar objetos no alto do armário”, diz.
Dessa forma, os exercícios trabalham força muscular, equilíbrio, coordenação, alongamento e mobilidade da coluna vertebral, quadris e ombros. “Traz independência e autonomia, ampliando o tempo de saúde. Os relatos dos alunos é que conseguem maior disposição, força e qualidade do sono, além de mais segurança para as atividades diárias. A convivência com pessoas da mesma idade também traz benefícios sociais muito importantes”, conta Gisele.
Na visão do sócio Fernando Seixas, o atendimento personalizado faz a diferença. “São turmas pequenas e orientação específica. Quando o trabalho é bem desenvolvido e com boa orientação, os idosos se tornam fiéis. Tanto a área da fisioterapia quanto a de educação física utilizam aparelhos de pilates, que são muito mais que simples aparelhos de musculação”.
‘Me traz liberdade’
Maria Amélia Santoro, de 79 anos, pratica pilates há dois anos. Fazia ginástica quando nova, mas ficou muito tempo parada. Por incentivo das filhas, começou o pilates. “Eu estava com o corpo todo desequilibrado, não andava direito, não mexia os braços, tinha muita dor. Mas o médico me recomendou fazer (pilates) três vezes por semana e, hoje, eu não sinto dor. Amo pilates, me traz liberdade e amigas. Ganhei mais alegria e pessoas para conversar. Recomendo para todos, porque recebo atenção, carinho e saúde”.
Já Maria de Barros, 81, começou as aulas neste mês. “Muitas vezes deixamos de fazer algo por pura preguiça. Mas estou gostando muito das professoras e dos exercícios, principalmente os de alongamentos de pernas e braços. Meu objetivo é melhorar o equilíbrio e reduzir dores, já tive tombos e não quero mais isso. É ótimo também desfrutar do convívio com as outras alunas da mesma idade. Interagir faz bem”.
Com esses relatos, a gestora técnica do local reconhece a importância de fortalecer a cultura da atividade física. “É possível conseguir bons resultados em qualquer idade. O essencial é a presença e a interação corpo-mente, garantindo que o estímulo seja significativo e gere esforço suficiente para o ganho de massa muscular. Caminhadas leves são benéficas, mas para aumento de força, é necessário sentir o esforço”, fala Gisele.
*Sob supervisão do editor Gabriel Silva
Tópicos: pilates / terceira idade
