Colapso hídrico
Os quase extintos reservatórios, já com capacidades limitadas, ainda resistem, mas… até quando? E quando secarem definitivamente, o que ocorrerá com a população e quais atitudes tomarão os que iludidamente (em especial em época de eleições) acreditaram nos inertes, relapsos e até caloteiros políticos? Não que a culpa seja exclusiva deles, parlamentares, mas, se lhes faltou proatividade, medidas cautelares, mesmo sem que fossem tão pessimistas e esperassem o pior, o fenômeno (embora não confirmado pelos nossos precários órgãos meteorológicos e pelos demais gestores de água oficiais), já era previsível, alertado inclusive em relatório da ONU. Está ocorrendo em grandes proporções e sem perspectivas de reversão, que não seja a não tão convicta fé do povo e talvez nem isso – os tempos mudaram! Tem ministro que afirma que “Deus é brasileiro”. Pois sim! Ministro, Ele, ainda que fosse, há muito se afastou daqui e nos deixou na dependência de maus políticos, de todos os partidos e sob todos os aspectos, aqueles que apenas lutam por cargos e benesses no seu exclusivo interesse.
Bilhões (não nos referimos aos desviados da Petrobras que foram para o bolso dos ladrões) foram gastos nas tais “Arenas” e em outros “benefícios estruturais” (tentando revigorar um futebol decadente e medíocre e que, na atual conjuntura, é um dos instrumentos de alienação do povo, como o é o carnaval), meros atos de ostentação politiqueira para aparição nos holofotes midiáticos, nossos e do exterior, enquanto as obras essenciais, prioritárias – transposições, reservatórios, usinas hidrelétricas, hospitais, escolas e tantas outras – foram descuradas, negligenciadas e colocadas em planos secundários ou até mesmo reconhecidas como irrelevantes. Essa é a visão medíocre e perpetuada dos que governam o país, enquanto o povo padece calado!
Não visualizemos apenas a Região Sudeste, por ser mais destacada pela mídia. Vários estados do Nordeste e em especial aqui, no Ceará, já temos mais de 35 cidades em situação crítica, calamitosa, já com racionamento de água e clamando por providências. Quando foi que algum desses relapsos, inclusive os caloteiros eleitorais maiores que ocupam a mídia em escândalos sucessivos, levantou a bandeira e diligenciou providências que, a nosso incipiente entender, indispensáveis, inadiáveis e já tardias em muitos casos? Esperarão pela reação mais contundente do povo? Isto é temeroso!