Otimismo para 2025: no comércio, ano começou antes do carnaval
Comércio mineiro já está aquecido, impulsionado por estratégias diferenciadas, ajustes fiscais e otimismo empresarial
Dizem que o ano só começa depois do carnaval, mas será mesmo que isso é verdade? Para o setor varejista, as atividades já estão em andamento com foco nas metas do primeiro semestre de 2025. Esse ano, o carnaval será em março, mas os dois primeiros meses do ano não serão de espera para o comércio.
Uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) entrevistou 421 empresas quanto suas metas de venda em 2024. O resultado mostrou que 55,1% dos entrevistados conseguiram atingir suas metas no segundo semestre de 2024, enquanto 42,8% não alcançou os objetivos. O desempenho positivo fez com que 58,4% dos empresários do comércio mineiro projetassem um início de 2025 melhor do que o semestre anterior.
Embora mais da metade dos entrevistados tenha expectativas positivas para o semestre, as opiniões ainda estão bem divididas. Entre aqueles que não compartilham do otimismo, os principais motivos para uma performance pior no primeiro semestre de 2025 em relação ao segundo semestre de 2024 são: o alto preço dos produtos, o cenário político e o endividamento do consumidor.
Janeiro em baixa para o comércio
O último trimestre do ano sempre se destaca, com datas comemorativas como o Dia das Crianças, Black Friday, Natal e as tradicionais confraternizações, o que impulsiona as compras nesse período. Por outro lado, janeiro costuma ser um mês mais tranquilo, considerando que é a época de pagamento de impostos, o que impacta negativamente o setor varejista.
A Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF/MG) divulgou no Diário Oficial as novas regras para o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em 2025. A principal alteração é que, a partir deste ano, o imposto será cobrado em fevereiro, oferecendo um alívio financeiro para as famílias mineiras no início do ano, um período geralmente marcado por diversas outras despesas.
A rede Humanitarian começou o ano com resultados positivos. Segundo Victor Klaus, gerente de marketing e porta-voz da empresa, nos primeiros dias do mês, a rede já superou o desempenho do mesmo período do ano passado, impulsionada por uma campanha de liquidação.
Victor ressalta que, para manter as vendas em alta neste início de ano, é necessário ir além de simples anúncios. Ele sugere a implementação de estratégias diferenciadas, como ativações em loja, conteúdos personalizados e campanhas direcionadas ao cliente final. Contudo, o gerente também destaca que, no varejo, é inegável que o final do ano permanece como o período de maior volume de vendas.
Datas importantes para o varejo
O mês de janeiro traz um movimento significativo para o setor de papelarias e produtos relacionados à educação, conforme destaca Emerson Belotti, presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio JF). Isso acontece devido ao retorno das aulas após o período de férias, impulsionando as vendas desses itens. Contudo, à medida que os meses avançam, o foco do comércio se desloca para outras celebrações, como carnaval, Dia das Mães e Dia dos Namorados, que prometem aquecer o mercado.
Essa perspectiva de crescimento para o varejo no início de 2025 também é destacada por Fernanda Gonçalves, economista da Fecomércio MG. Segundo ela, há um cenário empresarial otimista, com 58,4% dos empresários acreditando em uma melhora nas vendas. “Esse aumento no otimismo está ligado às estratégias comerciais que superam as limitações físicas e geográficas, permitindo que setores como comércio, serviços e turismo ampliem suas vendas, fidelizem clientes e destaquem seus diferenciais, tanto em produtos quanto em atendimento”, explica Fernanda.
Embora os desafios econômicos e políticos ainda sejam uma realidade para os empresários, a economista aponta que as datas comemorativas que despertam emoções no público, como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados, aliados a melhores condições de pagamento, devem ter um impacto positivo nos setores varejistas.
A pesquisa também revelou as preferências dos consumidores em relação às formas de pagamento no primeiro semestre de 2025. O cartão de crédito parcelado lidera, com 47,3% das indicações, seguido pelo Pix (19,2%) e o cartão de crédito à vista (14,3%). Esses dados reforçam a necessidade de adaptação por parte das empresas para atender às demandas e preferências dos consumidores, garantindo maior competitividade no mercado.
*Estagiária sob a supervisão da editora Mariana Floriano.
Tópicos: comércio