86% dos brasileiros condenam os atos de 8 de janeiro de 2023, diz pesquisa Genial/Quaest

Pesquisa da Genial/Quaest avaliou o comportamento da população após os atos de 8 de janeiro de 2023

Por Paulo Cesar Magella

Às vésperas do evento em que o Governo vai lembrar o ataque aos três poderes, em 8 de janeiro de 2023, pesquisadores da Genial/Quaest foram às ruas para avaliar a percepção dos brasileiros sobre o episódio. De acordo com a pesquisa, 86% condenam os atos de invasão e vandalismo. Entre 2023 e 2025, a desaprovação caiu 8 pontos, mas continua maior do que à da invasão ao Capitólio nos EUA. Segundo o diretor da Genial/Quaest, Felipe Nunes, “a desaprovação aos atos aparece próxima dos 86% em todas as regiões do país, faixas de renda, escolaridade e idade”. Não há diferença estatística nem mesmo entre Bolsonaro e Lula. O índice de desaprovação é alto nos dois grupos, 85% e 88%.

Eleitores já admitem a influência de Bolsonaro

Perguntados sobre a possibilidade de influência de Bolsonaro na organização dos atos, 50% acreditam que sim, ele teve algum tipo de influência, enquanto 39% defendem que não. São números parecidos com os de fevereiro de 2023, quando a primeira pesquisa foi feita. De acordo com Felipe Nunes, “vale destacar a mudança na tendência do ano passado para cá.”

Documentos reforçam essa tendência

Entre 2023 e 2024, parecia que haveria uma relativização da participação do ex-presidente na organização dos atos. Mas essa tendência não se confirmou, sugerindo mudança significativa na percepção sobre o que aconteceu. O fato mais contundente capaz de provocar essa mudança foi a deflagração dos documentos e evidências em torno da tentativa de golpe de estado.

Percepção cresce entre bolsonaristas

O dado que mais chamou a atenção foi o comportamento dos eleitores de Lula e Bolsonaro. Essa percepção caiu entre os eleitores de Lula e aumentou entre os bolsonaristas. “Ao longo do tempo, os eleitores moderados de Lula, que enxergam algum exagero nas acusações que Bolsonaro vem sofrendo tendem a relativizar suas posições. Ao mesmo tempo, os eleitores moderados de Bolsonaro, que enxergaram como graves as acusações contra o ex-presidente tendem a ficar mais severos na avaliação sobre seus atos, para não se sentirem cúmplices de algo que acreditam ser errado”, destacou Nunes.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins.E-mail: [email protected] [email protected]

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