O debate do Serrinha continua
A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), que reúne as quatro principais empresas aéreas brasileiras – TAM, Gol, Azul e Avianca – estima que em 2015 a demanda aérea doméstica deve aumentar em torno de 6% em relação a 2014, apesar da crise vivida pelo Brasil nos tempos atuais.
Na brilhante e completa reportagem publicada pela Tribuna, no dia 28 último, após uma reunião em Juiz de Fora, promovida pelo promotor público estadual, Plínio Lacerda, da qual participaram, além de autoridades municipais, representantes da presidência da Azul Linhas Aéreas, chegou-se à conclusão que o principal problema do aeroporto da Serrinha de Juiz de Fora não é político, mas totalmente técnico.
A referida reunião foi necessária para esclarecer à população juiz-forana quais eram os reais problemas que levaram a Azul a transferir todas as suas operações de Juiz de Fora para o Aeroporto Itamar Franco. Nesse encontro, ficaram explicadas, até com detalhes, as incompatibilidades existentes entre o Aeroporto Francisco Álvares de Assis e o aparelho ATR72-600, que é utilizado pela Azul nos tempos atuais.
Quando perguntado ao pessoal dessa empresa se haveria possibilidade de ela utilizar o avião ATR42, que foi usado no passado pela Pantanal e pela sua sucessora, Trip, o comandante da Azul explicou claramente aos presentes os motivos de segurança que levaram a empresa a se transferir de Juiz de Fora para Goianá. Para ele, “operações com o ATR42 são antieconômicas por razões dos custos operacionais envolvidos. Uma coisa é a utilização do sítio aeroportuário eventualmente. Outra é a utilização contínua, que pode elevar os riscos de acidente e a transferência ou cancelamento dos voos programados”.
O problema é que a não utilização atual do Aeroporto da Serrinha tem despertado, além da curiosidade pública, também várias interpretações de pessoas não familiarizadas com os problemas econômicos e técnicos. A conclusão a que se chega é que parte dos comentários publicados na imprensa de Juiz de Fora são especulações meramente políticas, e não técnicas. Um leitor chegou até a aconselhar a PJF a construir outro aeroporto, desconsiderando a acidentada topografia regional.