Hospital Monte Sinai é premiado em evento nacional
Certificação de hospital de Juiz de Fora é feita pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), que desenvolve metodologias para garantir atendimento humanizado, com mais segurança, mitigando possíveis erros médicos
O Hospital Monte Sinai entrou no rol das 75 instituições hospitalares de todo país que foram premiadas, na noite desta quinta-feira (28), com a certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA), pelo nível de excelência nos atendimentos médicos e a segurança dos pacientes. A instituição foi a única de Juiz de Fora a receber o reconhecimento e, na Zona da Mata Mineira, destacou-se ao lado do Hospital do Câncer de Muriaé.
A reportagem esteve in loco na premiação e conversou com a representante do Monte Sinai na premiação, a gestora de pessoas do hospital, Zimmer Morais, que trabalha na instituição desde 2006. “Ser reconhecido com o Prêmio Destaque ONA e como Hospital Referência em Juiz de Fora carrega uma grande responsabilidade. Não é apenas um prêmio, mas um compromisso com a qualidade, a segurança e o bem-estar dos nossos pacientes”, disse ela.
Zimmer também citou toda a equipe que fez deste resultado possível, desde os profissionais da saúde até as equipes de apoio. Segundo ela, todos dividem o mesmo objetivo que é oferecer cuidados de saúde “com os mais altos padrões de qualidade”. “O reconhecimento é, sem dúvida, um marco importante, mas é também um desafio a mais para seguirmos evoluindo e superando as expectativas de nossos pacientes e da comunidade’, disse a gestora.
Foram 18 instituições médicas de Minas Gerais homenageadas pela premiação – que reconhece os locais que, ao aderirem a metodologia ONA, aumentaram a segurança do paciente, evitando erros, danos e complicações. A organização desenvolve, desde 1999, um trabalho que busca elencar rígidos padrões técnicos e humanizados para melhorar a relação médico-paciente. Nessa órbita estão processos desde a anamnese do paciente – aquela primeira conversa -, até os procedimentos necessários no pós-cirúrgico.
A ONA, que é o cerne principal da premiação, propõe às instituições médicas um programa de educação continuada, revisto periodicamente para melhorar todos os processos das prestadoras de serviço da saúde. Isso ocorre por meio de capacitação dos profissionais, melhor e mais ágil diagnóstico de doenças, padronização e otimização de processos visando a redução de custos e desperdícios, além da identificação dos gargalos das instituições e das falhas nos processos.
Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da ONA, ressaltou o papel do hospital juiz-forano na premiação. Conforme ele relembrou, o Monte Sinai foi o primeiro da Zona da Mata a conquistar a certificação, ainda em 2004, feito que o colocou no patamar de pioneiro no que tange a segurança na saúde dos pacientes. “O hospital figura entre os 50 melhores do Brasil, segundo o ranking “World’s Best Hospitals” da revista americana Newsweek, posição que mantém desde 2020″, observou Lolato.
Convite à Prefeitura de Juiz de Fora
Lolato sinalizou também uma abertura da acreditação para a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, caso a pasta tenha interesse em qualificar o sistema público de saúde. “Estamos à disposição para construirmos juntos iniciativas que fortaleçam a saúde pública e levem os padrões de qualidade a mais instituições da região.”
“A Organização Nacional de Acreditação (ONA) está disponível para colaborar com a Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora, compartilhando experiências e aprendizados sobre o processo de acreditação. Acreditamos que essa parceria pode impulsionar o desenvolvimento de projetos que aprimorem a qualidade do atendimento em toda a rede de saúde municipal”, concluiu o gerente geral de Operações.
O secretário de Saúde da Prefeitura de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco, compareceu ao evento de premiação e falou com a Tribuna sobre a importância de fortalecer o Sistema Único de Saúde de municípios de médio porte, como Juiz de Fora, por meio da acreditação. “O SUS é um dos maiores e melhores sistemas de saúde público do mundo. Então, se qualificar todo o atendimento, não somente em São Paulo, mas no Brasil inteiro, esse reconhecimento não vai ser só de tamanho e acessibilidade, mas de qualidade para a população”, finalizou.
Ele também destacou à imprensa a importância do bom atendimento na atenção básica, que é a porta de entrada. Isso porque, quando pacientes são diagnosticados corretamente e de forma célere, evita a sobrecarga no sistema como um todo, uma vez que evita as longas filas para procedimentos médicos de média e alta complexidade.
Outro fator é que, por meio da acreditação no sistema público, falhas em cirurgias, infecções hospitalares, quedas de pacientes nos leitos, erro na administração de medicamentos e outros casos semelhantes passam a ser mitigados, como revelou o relatório desenvolvido pela ONA, junto às instituições hospitalares credenciadas.
Melhora da qualidade do SUS
Atualmente, um desafio para as instituições de saúde pública serem acreditadas – nome que se dá para esse processo de padronização e aumento da segurança – é a falta de recursos. Durante coletiva, a ONA reconheceu que a maior parte das unidades atendidas é privada, fator que se dá devido à vantagem competitiva destas entidades, que contam com maior infraestrutura física.
Contudo, redução dos custos operacionais, diminuição do período de internação e das taxas de infecção, melhor interpretação de exames, manutenção preventiva e agilidade – que busca diminuir custos futuros aos governos -, aparece como alternativa para não sobrecarregar o SUS. A finalidade é que a rede pública conte com alto padrão tal como as instituições particulares.