André Luiz declara apoio a futuras ações de Margarida e voto em Garotinho para presidência da Câmara
Vereador reeleito ressalta ideologia distinta da prefeita e também atualiza situação de projetos que ainda não foram colocados em prática
A Rádio Transamérica deu início, nesta terça-feira (22), às entrevistas com os vereadores eleitos em Juiz de Fora, com André Luiz (Republicanos), que vai para o segundo mandato, após receber 3.525 votos.
Transamérica: Dos 15 vereadores reeleitos, o senhor foi o menos votado. Qual é a análise que o senhor faz dessa situação?
André Luiz: Então, primeiro, dizer que a gente está muito feliz de sentar naquela cadeira. Muito disputadas as eleições, nós ganhamos por uma diferença de dois votos no coeficiente, né? Por dois votos a gente não teria entrado. E quando a gente senta ali naquela cadeira, aí zera tudo. Então, tanto o vereador mais votado, no caso, foi o Vitinho, como nós, dos que estamos lá, o peso da caneta é o mesmo. O peso da responsabilidade é o mesmo. Então, para mim, o importante é adquirir a cadeira lá, ganhar a eleição, e nós ganhamos. A gente fala dois votos, mas vale ressaltar que é porque uma das nossas candidatas está com a candidatura dela sub júdice e como está indefinido, a votação dela não conseguiu, não contabilizou. Mas 3.528 votos não são poucos votos. Até porque muita gente de qualidade que entra para disputar uma eleição – se nós pararmos para observar, das muitas pessoas de renome na cidade, que têm trabalhos relevantes – poucas conseguem mais do que mil votos. São poucos que conseguem chegar a dois mil votos. E quando entra na casa dos três mil, então, aí é que vai ficando um grupo mais seleto ainda. E para a gente é muito importante, muito valioso, cada um desses votos que nós recebemos e nós vamos procurar honrar. Fazer alguma coisa diferente? Acho que não. Talvez a maneira de fazer a campanha, quando chegar o momento, se nós formos disputar de novo, a gente possa até pensar em alguma coisa diferente. Mas em relação ao mandato, eu tenho muita tranquilidade, porque eu sei que a gente fez um trabalho sério, a gente fez um trabalho muito honesto com a população, e a gente tem coisa para mostrar dos quatro anos que estão se findando agora.
Transamérica: Como o senhor vai se manter em relação ao Executivo, e também quanto à eleição da Mesa Diretora da Casa?
André Luiz: A Mesa Diretora, quando termina a eleição, já começa uma discussão. Hoje eu sou o apoiador do Garotinho, inclusive sou um dos que assinou a lista que ele tem com 16 nomes, e eu apoio o Garotinho para se manter como presidente da Casa. Então isso daí para mim já está definido, já desde o ano passado. Uma vez ele assumindo, ganhando a eleição e querendo ser presidente, eu já tinha um compromisso com ele, e a gente pretende, a não ser que a candidatura dele não se torne viável. Ele sabe muito bem disso, a gente já conversou bem tranquilamente a respeito disso. E com relação à questão do Executivo, a gente vai procurar agir da mesma forma. Eu fui muito crítico ao governo todas as vezes que precisou, e não sou oposição, na verdade, a partir do momento que a gente ganha a eleição, a gente tem que pensar na cidade. Então eu não posso por birra, por não ser do mesmo partido, ou por ter algumas diferenças ideológicas, ser contra propostas boas. Então aquilo que for bom para o município a prefeita pode contar comigo, ela fez um bom trabalho, foi aprovado pela população. E naquilo que for bom para a cidade, ela vai ter o meu apoio, sem sombra de dúvida. Só as questões que para mim são inegociáveis, eu sempre bato nessa tecla, porque são questões ideológicas, são coisas de convicção minha, pessoal, da minha fé, da minha maneira de pensar em relação à vida, em relação à família. Então essas coisas, alguns projetos que eu acho até que não deveriam nem ter, não deveriam estar se discutindo, às vezes chega lá na Casa algumas conversas meio tronchas e a gente é sempre contra esse tipo de conversa. Tenho uma postura bem conservadora e vou me manter assim.
Transamérica: Como andam seus projetos de Passe Livre Estudantil – que ainda não chegou a ser aprovado –, Aedes do Bem – que tinha sido interrompido em outras gestões, mas foi aprovado pela Casa e a gente não sabe se está sendo aplicado – e Visão do Futuro?
André Luiz: O Visão do Futuro já foi licitado, vai comprar, porque o recurso já está lá, ele é específico para isso. É um óculos de inteligência artificial, tecnologia israelense, que possibilita à pessoa cega ter acesso à literatura. E o nosso município vai ter, a gente está disponibilizando para os AEE ( sigla para Atendimento Educacional Especializado), que são as escolas especializadas. E cada um vai receber um e a biblioteca também. Sobre o Aedes do Bem, que também tem a questão do Wolbachia (método de combate à dengue), esse programa foi interrompido. Aí eu provoquei com essa nossa lei. Conversei com o secretário de saúde na época. Veio a eleição, esse foi um programa que não foi colocado em prática, mas a gente pretende retomar essa discussão, principalmente relacionada ao Wolbachia, que é uma tecnologia que está funcionando em alguns municípios. E o passe livre, eu tinha suspendido pelas questões da eleição. Não queria que isso fosse colocado ali como uma coisa eleitoreira. Porque a gente não pode pensar em educação se a gente não der condição ao jovem de ir até a escola. E a gente está com a questão do subsídio, que há controvérsia em relação ao assunto, mas é uma coisa que a população aprovou. Os ônibus de graça estão no domingo, então por que não colocar ônibus de graça para os estudantes? Ainda que o município tenha que pagar, não tem problema. Então nós vamos retomar, vamos botar em pauta de novo esse projeto.