Por que vices importam?
“Em um momento em que a sociedade espera de políticos, sobretudo no Poder Executivo, eficiência na atuação e responsabilidade fiscal, não escolher bem um vice implica jogar recursos públicos no ralo.”
A história recente brasileira deveria ter ensinado que importa, sim, quem é vice em alguma chapa na disputa para cargos no Executivo.
Não bastasse a obviedade que, durante vários períodos de um mandato, o vice substitui o titular do cargo, não se pode desconsiderar a possibilidade de que venha a ocorrer uma substituição em definitivo.
Itamar Franco e Michel Temer foram presidentes porque os titulares foram afastados por processos de impeachment.
Em Juiz de Fora, desde a promulgação da Constituição de 1988, José Eduardo Araújo e Antônio Almas chegaram ao cargo de prefeito em substituição a antecessores que, por motivos diferentes, renunciaram a seus postos.
Não é assim, tão raro, vice substituir definitivamente o titular do cargo, o que exige especial atenção ao se votar, avaliando-se a chapa como um todo.
Além disso, vices decorativos fazem mal às próprias finanças públicas, com a sociedade bancando subsídios e outorgando poder a quem nada fará para a população.
Nas boas administrações públicas, é normal que o vice ou a vice tenha papel decisivo no governo, inclusive ocupando algum cargo de secretário, nas esferas municipal e estadual, ou ministro, em âmbito federal.
Ideologia e avaliação política à parte, é bom ver Geraldo Alckmin como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Ele tem feito boas entregas em sua pasta, dentro do projeto de governo vencedor no pleito nacional de 2022.
Em um momento em que a sociedade espera de políticos, sobretudo no Poder Executivo, eficiência na atuação e responsabilidade fiscal, não escolher bem um vice implica jogar recursos públicos no ralo.
Ressalte-se, ainda, que a participação ativa de quem é vice em um governo, se for pessoa preparada técnica e politicamente, tanto na gestão administrativa, quanto na formulação das políticas públicas, qualifica as decisões difíceis e complexas que governantes devem tomar, pois democracia exige diálogo, cooperação e construção coletiva.
Assim, faz parte do processo de amadurecimento democrático que o eleitorado avalie não só o titular das chapas, mas também quem figura como vice em cada uma delas, analisando sua vida pregressa na política e quais as reais virtudes políticas que ostenta para governar.
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