Campanha já está nas ruas
Embora não possam, ainda, fazer o tradicional pedido de voto, os pré-candidatos já estão em plena jornada de convencimento dos eleitores
As convenções municipais começam na segunda quinzena de julho, mas a passagem do presidente Lula por Minas Gerais – inclusive por Juiz de Fora – deixou claro que o processo eleitoral já está em curso. O presidente não pediu votos, uma vez que ainda não está permitido pela legislação, mas fez questão de citar os políticos de sua preferência e se deu ao luxo de antecipar até mesmo o debate estadual para 2026, quando citou, em todos os eventos dos quais participou em Belo Horizonte, o senador Rodrigo Pacheco, do PSD.
Diante do vice-governador Mateus Simões, que é, hoje, o candidato in pectore do governador Romeu Zema para disputar a sucessão, Lula traçou fartos elogios ao presidente do Congresso, considerando-o como a liderança mineira mais importante no momento. Também no palanque estava o ministro Alexandre Silveira (que veio a Juiz de Fora) potencial candidato ao governo ou ao Senado em 2026.
Em Juiz de Fora, durante a inauguração do viaduto Roza Cabinda, o presidente fez o mesmo em relação à prefeita Margarida Salomão. Ainda em Belo Horizonte, já tinha feito os primeiros elogios à dirigente juiz-forana, que vai tentar a reeleição.
Com o passar dos dias, o jogo eleitoral começa a ganhar formas não apenas com a apresentação dos pré-candidatos, mas também das alianças partidárias. Os partidos, antes mesmo de suas convenções, começam a buscar aliados certos de que isoladamente, dependendo da disputa, não terão êxito.
Com a temporada de caça ao voto já em curso, o eleitor também se prepara para cobrar os pretendentes a uma vaga na Câmara Municipal ou à Prefeitura, dos projetos que pretendem implementar. Com as redes sociais, o controle torna-se maior e, paradoxalmente, os riscos também. O uso da inteligência artificial na campanha tem sido pauta de debates e motivo de preocupação da Justiça Eleitoral. O TSE, a quem cabe presidir o pleito, já emitiu diversos comunicados alertando para o uso indevido da IA e as possíveis consequências de tais atos.
A despeito das advertências da Justiça Eleitoral, ao fim e ao cabo caberá ao próprio eleitor a principal fiscalização. Ele deve ficar atento ao que lhe será apresentado nos próximos três meses e considerar que há promessas que são factíveis e outras que não têm meios de sair do papel, sendo apresentadas apenas como instrumento de convencimento.
Outro componente que fará parte do processo é a ideologização do pleito. Se em anos anteriores a disputa se fazia em torno de demandas do município, voltadas para o interesse direto do cidadão, o jogo mudou. Desde 2018 a polarização tornou-se uma realidade que pode induzir à utilização de processos não republicanos como as fake News.