Madonna mobiliza fãs juiz-foranos em maior show da carreira
A Tribuna entrevistou admiradores que, saindo de JF, também vão ao Rio de Janeiro viver a experiência da “The Celebration Tour” de Madonna
Cerca de 1,5 milhão de pessoas são esperadas neste sábado (4) para o show histórico de Madonna na areia de Copacabana. A “The Celebration Tour” acontece no Rio de Janeiro e marca os 40 anos de carreira da artista, considerada por muitos como pioneira e rainha do pop. O evento, de acordo com as expectativas do Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagens do Município do Rio de Janeiro (HotéisRIO) terá 100% de ocupação nos hotéis do bairro no dia do show, com viajantes de origem, principalmente, dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, além dos países vizinhos Argentina e Chile. No total, a cidade deve ter uma movimentação econômica de quase R$300 milhões por conta do show, além de voos extras para o município carioca e aumento da arrecadação do ISS no mês do evento. Os fãs juiz-foranos não poderiam ficar de fora desse momento, e por isso a Tribuna entrevistou indivíduos que, saindo da cidade, também vão ao Rio de Janeiro viver a experiência do show.
Beatriz Inhudes, de 47 anos, foi para o Rio de Janeiro em razão do show no feriado, em 1 de maio. Esse será o seu quarto show da artista, depois de já ter ido em três dos outros que ela fez no Brasil. Ela acompanha Madonna desde o início da carreira, já tendo chegado inclusive a performar “Like a Virgin”, com 13 anos, em uma apresentação de talentos da escola. Mesmo já tendo ido ao show da artista antes, está com expectativas muito altas para o evento. “Vai ser o maior show da carreira dela. Vai ser uma honra pra mim, que sou tão fã, há tantos anos, poder ver os sucessos de 40 anos de carreira. Estou muito empolgada”, conta. Ela está se hospedando na casa de amigos, e os gastos envolvidos com o evento, até o momento, foram relacionados com o deslocamento. Mesmo se o show não fosse gratuito, no entanto, ela garante que estaria lá para vivenciar este grande momento.
A viagem de Arthur Bellini, de 28 anos, e sua mãe, Rachel, já está programada há meses, e com saída de Juiz de Fora para o Rio na sexta-feira (3), véspera do show. Ele é fã da artista desde os 5 anos de idade, e acompanha todas as turnês que Madonna já fez da maneira que pode, mesmo sem ter conseguido assistir ao vivo antes. “Depois de mais de 10 anos sem fazer uma visita ao Brasil, ela traz a maior celebração de sua carreira, e fizemos sim por merecer pois somos o segundo maior consumidor da arte de Madonna no mundo”, conta. Ele irá ficar na casa de uma amiga da mãe, e pretende ir até o local, antes do show, para conferir o palco. Os preparativos já haviam sido acertados antes mesmo da confirmação oficial do show. “Os preparativos já estão acertados desde um dia antes de vazar a informação do show”, conta. Será o primeiro show dele e da mãe, e também vão estar acompanhados de outros amigos e fãs da cantora.
Já Rafael Carnot, de 24 anos, se programou para o show junto com outros amigos assim que soube que a artista viria ao Brasil: “Vai ser um momento histórico para o pop”. Para ele, que vai ficar na casa de uma “amiga da amiga”, os principais gastos também envolveram o deslocamento. Mas há como economizar, mesmo nisto: “Nesse tipo de evento prefiro optar pelo transporte público, porque além de ser mais barato, acaba sendo mais prático, principalmente pelo fato de várias ruas serem interditadas no dia do show. Acredito que ir de carro, por isso, pode ser desgastante”, explica. O mais importante, em sua experiência, será tomar os cuidados necessários para poder aproveitar o show com a mesma empolgação que terá ao sair da cidade mineira em direção à praia.
Medidas de segurança
As medidas de segurança a serem tomadas antes e durante o show são um dos principais pontos de destaque para os turistas juiz-foranos. A Prefeitura do Rio de Janeiro está tomando cuidados específicos quanto a isso, incluindo 3 mil servidores de segurança para a operação especial, 3.200 agentes da polícia militar, 1.500 policiais civis e 1.130 agentes da Secretaria de Ordem Pública e da Guarda Municipal. Além disso, na orla, também estarão instaladas 65 torres de observação da PM, 12 câmeras de reconhecimento facial na área do show e 18 pontos de bloqueio e revista. Mesmo assim, há cuidados que estão sendo tomados pelos fãs: “Acho que é um receio normal para qualquer evento de grande porte e que envolve muita gente. Ainda mais por ser no Rio de Janeiro, que é uma cidade conhecida pelos índices altos de violência. Mas acredito que, tomando os cuidados necessários, tem tudo para ser uma experiência ótima”, afirma Rafael. Na data, ele irá usar doleira e não levará celular ao evento, para garantir a segurança.
Para Arthur, o mais importante no momento do show será levar a sua “coragem e determinação”. Ele também irá levar uma câmera cybershot, que foi substituída há anos pelos celulares. “Caso aconteça o pior, de ser assaltado, é só pedir pra retirar o cartão de memória e posso manter as fotos comigo”, conta. Além disso, ele também irá usar roupas leves e nenhum cordão ou acessório, já que o ambiente da praia também torna difícil esse uso.
Admiração pela coragem de Madonna
Entre os fãs, há muito o que se admirar na cantora, que irá receber um cachê de R$17 milhões pelo show histórico. “O que mais me encanta em todos esses anos acompanhando a artista é sua coragem, sua determinação e o poder se reinventar”, explica Arthur, que chama Madonna de mãe, porque, de certa maneira, a artista também o criou. Ao longo dos anos acompanhando a artista, conta que a viu sendo chamada de “velha” e pessoas afirmando que a Rainha do Pop não sabia mais o que fazer. No entanto, para ele, ela faz a coisa mais transgressora que podia fazer com as ofensas: “Continuar”, afirma. “É um privilégio poder viver e crescer no mesmo tempo que Madonna, sou grato por tudo e por tanto”, continua.
Para Rafael, também fica claro o legado que ela deixou e segue deixando para outras gerações de artistas do pop. “Isso mostra muito o tamanho dela, a importância dela como artista. Outra coisa que me faz admirá-la muito é sua coragem de, há quarenta anos atrás, ter trazido uma série de temas polêmicos e tabus. Isso não a impediu de tornar esses temas visíveis para o mundo”, afirma ele. Para Beatriz, é justamente essa quebra de paradigmas e enfrentamento ao conservadorismo que também mais encanta. ” Do início da carreira até hoje. Em 1983, ela já levantava temas sobre feminismo, sexismo e machismo. Todas essas questões que hoje estão muito em voga, essa vontade de liberdade dela sempre encheu muito meus olhos, tinha a ver comigo na minha juventude, na minha pré-adolescência, e ainda tem”, diz. Quando olha para a trajetória da artista, portanto, sempre se admira: “Acho uma mulher incrível”, diz.