Kombucha: mercado prevĂȘ dobro de faturamento em quatro anos
Brasil Ă© o segundo paĂs do mundo em marcas da bebida, que tem fabricantes em Minas Gerais
O tamanho do mercado mundial da kombucha deverĂĄ crescer de US$ 2,71 bilhĂ”es em 2023 para US$ 4,26 bilhĂ”es atĂ© 2028, conforme relatĂłrio divulgado pelo Congresso Online de GestĂŁo, Educação e Promoção da SaĂșde (Convibra). Um dos motivos para a alta promissora Ă© que os consumidores estĂŁo cada vez mais em busca de um estilo de vida saudĂĄvel. E foi exatamente isso que o casal Veruska CĂ©lia Gontijo Pereira e Marcelo de Almeida Cunha Ferreira queria quando se mudou para Nova Lima, na RegiĂŁo Metropolitana de Belo Horizonte.
Nessa busca, conheceram a kombucha, um chå fermentado, levemente adocicado, cujos estudos apontam para propriedades antioxidantes, atividade antimicrobiana, sendo aliada na proteção do organismo contra doenças. Eles se encantaram com o universo da bebida e decidiram começar a fabricar, em casa mesmo, primeiro para consumo próprio. Mas não demorou para chegarem os pedidos.
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âPercebemos que havia um mercado. As pessoas foram pedindo e pra gente expandir tinha que ter a fĂĄbrica legalizada. Fizemos isso porque queremos mostrar um pouco mais desse nosso propĂłsito de levar saĂșde para outras pessoasâ, comenta Marcelo Ferreira.
Emater fomenta produção de kombucha
Foi nesse momento que a Empresa de AssistĂȘncia TĂ©cnica e ExtensĂŁo Rural de Minas Gerais (Emater-MG) entrou nessa histĂłria. AlĂ©m de produzirem parte dos insumos que usam na fabricação da kombucha, o casal faz questĂŁo de adquirir de agricultores da regiĂŁo as demais matĂ©rias-primas, como capim limĂŁo, tomate selvagem, limĂŁo, gengibre e outros itens que entram na composição da bebida, para dar sabor. âA Emater se alinha muito com a gente. O propĂłsito da empresa aqui na regiĂŁo Ă© fomentar produtores, novos produtos, agregar e consolidar a rede de fornecedoresâ, comenta o empreendedor.
Segundo o tĂ©cnico local da Emater-MG, Glaidson Guerra, a empresa pĂșblica alĂ©m de prestar orientaçÔes tĂ©cnicas para uma produção agropecuĂĄria mais eficiente, trabalha tambĂ©m a inclusĂŁo produtiva, a abertura de novos mercados e a conexĂŁo entre os produtores rurais, fomentando assim toda economia local.
A parceria com a Ponto Eko, nome da marca da bebida, escolhida pelo casal, tambĂ©m se dĂĄ na orientação para as boas prĂĄticas de fabricação. Conforme a tĂ©cnica de bem-estar social da Emater-MG, Ediene LetĂcia da Fonseca, por ser um produto que nĂŁo passa por nenhum processo de fervura ou pasteurização, Ă© extremamente importante que os consumidores observem se o fabricante estĂĄ devidamente regulamentado, fiscalizado pelo MinistĂ©rio da Agricultura, para garantia da qualidade da bebida.
ExpansĂŁo
Atualmente a Ponto Eko produz cerca de 250 litros de kombucha por mĂȘs, a meta Ă© mais que triplicar esse volume em breve, atĂ© atingir a capacidade instalada da fĂĄbrica de mil litros por mĂȘs. âExiste um consumo mundial que tem crescido na ordem de 10% a 15% ao ano, o consumo brasileiro estĂĄ numa fase quase exponencial. O Brasil Ă© o segundo paĂs do mundo em nĂșmero de marcas de kombucha e a gente acha isso bom, porque temos a possibilidade de levar a nossa marca, nosso jeito, nossos insumos, para as pessoas que vĂŁo valorizar issoâ, reforça o produtor.
Ao todo, a empresa fornece seis sabores de kombucha: hibisco com gengibre, maracujå com capim limão, limão com alfavaca e capim limão, ameixa com especiarias, abacaxi com pimenta caiena e maçã com tomate selvagem. Quem cuida desta parte da produção é a Veruska, que faz toda a alquimia para chegar a esses sabores.
âUm dos diferenciais que a gente tem se proposto, alĂ©m de primar pela qualidade da matĂ©ria-prima, vinda de agricultores locais, Ă© um menor uso de açĂșcar. A Ponto Eko nasceu na pandemia e nĂłs fomos vendo o quanto que o consumo da kombucha ajudava neste momento, no fortalecimento da imunidade. Nosso propĂłsito Ă© justamente ajudar no ecossistema humano, aĂ estamos pensando na natureza, nas plantas, nos animais, nos profissionais que estĂŁo com a gente, nos fornecedores, nos clientes, e toda essa integração de saĂșdeâ, finaliza.