Servidores municipais deflagram greve por tempo indeterminado
Categoria busca ‘valorização’ em campanha salarial e faz assembleia na manhã desta quinta-feira, às 9h, no pátio da Prefeitura
Os servidores públicos municipais de Juiz de Fora deflagraram greve, por tempo indeterminado, nesta quarta-feira (20). A decisão aconteceu durante a assembleia do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu-JF) para discutir a Campanha Salarial 2024 e é “uma resposta ao descaso da Prefeitura, que ainda não apresentou uma proposta que valorize a categoria”. Uma nova reunião com a PJF está marcada para às 10h desta quinta, uma hora depois da nova assembleia, agendada às 9h no pátio da Prefeitura.
Na tarde desta quarta, o comando de greve do Sinserpu organiza os próximos passos do movimento. “A assembleia decidiu de forma serena e soberana, pois os servidores não aquentam mais apenas promessas. Querem uma efetiva valorização. Esperamos uma proposta que atenda o clamor e os anseios da categoria”, dispara o presidente da entidade, Francisco Carlos da Silva, o “Chiquinho”. A paralisação por tempo indeterminado acontece um dia depois do encontro de sindicalistas com o secretário de Recursos Humanos, Rogério Freitas. Na ocasião, estavam reunidos representantes do Fórum Sindical do Serviço Público Municipal de Juiz de Fora, formado também pelos sindicatos dos professores (Sinpro), engenheiros, médicos e odontólogos.
“A Administração Municipal ofereceu reposição salarial de apenas 4,62% (o IPCA do período), retroativo a janeiro, e – depois de muita insistência dos sindicatos que compõem o Fórum Sindical – o mesmo índice no tíquete alimentação”, explica o Sinserpu. A assembleia aconteceu na Sociedade de Medicina e Cirurgia e, após a deflagração da greve, os servidores fizeram uma caminhada até a sede da PJF em protesto. “Ao contrário do que foi prometido na campanha eleitoral, a política salarial é perversa, sem progressões, com vários servidores recebendo salário mínimo. Não há tíquete alimentação para todos, e as negociações em torno de benefícios são sempre morosas, com a Prefeitura empurrando as questões com a barriga”, aponta o vice-presidente do Sinserpu-jf, Cosme Nogueira.
Conforme a entidade, no decorrer da manifestação no pátio da PJF, representantes de sindicatos foram recebidos pelo secretário Rogério Freitas. Na ocasião, ele teria reafirmado a mesma proposta de reajustar o salário e o tíquete alimentação em 4,62%, com o diferencial de aumento no teto para recebimento, passando o limite de R$ 3.960 para R$ 4.236 (três salários mínimos). Ainda de acordo com o Sinserpu, o secretário iria fazer novos estudos para tentar melhorar a proposta de reajuste no tíquete, a qual deverá ser apresentada na reunião desta quinta.
Outras assembleias e paralisações
Outras entidades que integram o Fórum Sindical também realizaram assembleias nesta quarta. Os professores municipais ligados ao Sinpro fizeram paralisação no mesmo dia, com adesão de 88% da categoria, segundo a coordenadora geral Lúcia Lacerda. A assembleia avaliou que houve avanço em relação às discussões iniciais com a Prefeitura, visto que o Executivo atendeu a reivindicação de reajuste de 3,62%, referente ao reajuste nacional do piso, mais o percentual de 1% necessário para atingir o índice inflacionário medido pelo IPCA.
Também ficou estabelecido entre os servidores que a discussão sobre a retomada dos laboratórios de aprendizagem para os estudantes, redução da jornada de trabalho e seleção competitiva interna para os secretários escolares serão temas de igual prioridade a serem tratados em reuniões futuras com a Prefeitura.
Já às 19h, os sindicatos dos odontologistas e dos médicos fariam assembleia na Sociedade de Medicina e Cirurgia. Os profissionais de saúde não descartam cruzar os braços na próxima semana, dependendo das negociações com a PJF, que preferiu não se manifestar sobre o assunto.