Mais 16 pessoas são encontradas em trabalho análogo a escravidão em Minas
Caso, em colheita de café, foi descoberto por auditores fiscais no final de julho
Cerca de 16 pessoas foram resgatadas em situação de trabalho análogo a escravidão, em uma colheita de café, nas zonas rurais de Muzambinho e São Pedro da União, no Sul de Minas. O caso, descoberto por auditores fiscais do trabalho no final de julho, só foi divulgado agora para não atrapalhar o acerto das dívidas aos trabalhadores.
As vítimas, migrantes das cidades de Berilo e Varzelândia, se somam a outros 25 trabalhadores que também foram encontrados em condições análogas à escravidão neste ano. Conforme a Gerência Regional do Trabalho em Poços de Caldas já foram cinco casos similares somente este ano. Outro aspecto em comum se trata do perfil dos trabalhadores. Todos são migrantes e alojados em condições degradantes.
Neste caso mais recente, foram fiscalizadas duas propriedades rurais. Em uma articulação conjunta entre auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, foram resgatados, em Muzambinho e São Pedro da União, cinco e onze trabalhadores, respectivamente. A ida desses trabalhadores para regiões de plantação de café é mediada por indivíduos denominados “gatos”. Eles agem como intermediadores, organizando a viagem dos trabalhadores e também coletando parte de seus lucros.
Segundo aponta os auditores envolvidos na fiscalização, os trabalhadores não possuíam registros. No alojamento disponibilizado, a edificação não apresentava condições de recebê-los. Ainda conforme a Gerência Regional, no trabalho não havia estruturas para proteção, equipamentos para proteção individual, garrafas de água e nem ferramentas para colheita.
De volta para casa
Após ação da auditoria, a situação dos trabalhadores passou por processo de regularização. Eles foram notificados sobre a imediata interrupção do contrato de trabalho e conseguiram as guias de seguro-desemprego do trabalhador resgatado. Com isso, os homens terão direito a três parcelas de um salário mínimo cada.
“A Inspeção do Trabalho destaca que está atenta aos casos mais graves de exploração do trabalho durante a colheita de café e que continuará atuando para que as irregularidades sejam rapidamente identificadas e para a responsabilização dos empregadores”, disse a Gerência Regional do Trabalho em Poços de Caldas por meio de nota. Os trabalhadores voltaram para suas casas.