Tumor de quase 5kg é retirado de mulher em Juiz de Fora
Quadro teve início com dor abdominal e posterior obstrução intestinal; paciente recebeu alta
Na última segunda-feira (31), um tumor de cerca de 5kg foi retirado do corpo de uma mulher, em Juiz de Fora, após um quadro de dor abdominal e posterior obstrução intestinal. O caso foi tratado no Hospital 9 de Julho, e foi feita uma cirurgia de emergência na paciente, de 56 anos. Após a cirurgia, ela recebeu alta e está aguardando para iniciar um tratamento de quimioterapia para tratar um câncer no ovário.
De acordo com o cirurgião oncológico Bruno Marcelino, que tratou a paciente, o caso teve início quando a mulher percebeu um aumento de volume no abdômen, em abril deste ano. Na ocasião, ela foi orientada por outro médico a fazer uma tomografia abdominal, procurou um posto de saúde e foi encaminhada para a UPA, que atestou uma massa grande acumulada na região e que a mulher deveria ser submetida a internação. Logo, ela foi encaminhada para o hospital.
Neste caso, para Marcelino, a recomendação ideal seria o encaminhamento para a Comissão Municipal de Oncologia, pela suspeita de um tumor, o que não foi feito. Quando a mulher deu entrada no Hospital 9 de Julho, o médico relata que seu intestino tinha parado de funcionar, pois a massa estava comprimindo os órgãos e a região. “Ela precisou ir para uma cirurgia de urgência para a retirada da massa devido à obstrução intestinal. A tendência é que essa massa crescesse cada vez mais, e fosse comprimindo outros órgãos e estruturas. Uma hora, essa paciente pode apresentar vômitos fecalóides”, diz. Como o especialista explica, esse é o pior cenário da obstrução intestinal, e para não chegar nesse ponto é necessário intervenção cirúrgica. Depois do procedimento, o intestino deve voltar a funcionar de forma adequada.
Após os procedimentos, a mulher recebeu alta hospitalar e segue realizando tratamento para câncer no ovário. Casos assim, no entanto, não são uma raridade no hospital. Na experiência do cirurgião, tumores desse porte são operados com “certa frequência”, e inclusive já houve casos em que viu massas de tamanhos maiores sendo acumuladas. Para ele, isso é ocasionado porque o paciente acaba não procurando atendimento no momento oportuno, já que por desconhecimento do que pode ser a causa, espera uma melhora natural. “Esse tipo de tumor ocorre apenas em mulheres, e já tivemos que operar casos mais graves”, afirma.
Orientação para casos similares
Já que casos como esse não são tão raros como a maior parte da população imagina, o cirurgião oncológico Bruno Marcelino recomenda que, para evitar uma piora de um quadro de saúde e o tratamento já em momento de risco, é preciso tomar alguns cuidados. A primeira medida é se atentar aos sinais que o corpo traz. “Nós sempre tentamos orientar a população a toda vez que percebe uma alteração no corpo ser avaliado. Nem todo mundo que está com abdômen crescendo ou ganhando peso tem câncer, é claro. Mas é preciso avaliar, porque o câncer geralmente só dá sinais mais graves quando o caso já está avançado”, explica.