Juiz-forana conquista medalha de prata em Nova York
Natália Trigueiro foi a brasileira com melhor colocação na sua categoria e acumula outros troféus no currículo

A paixão de Natália Trigueiro, 11 anos, pela matemática não conhece fronteiras. Nascida em Juiz de Fora, ela frequentou os colégios Granbery e Jesuítas antes de se mudar para Belém, capital do Pará, devido ao trabalho do pai. Estudante do quinto ano, ela já acumula em seu currículo a participação em 20 grandes olimpíadas, entre torneios internacionais e nacionais.
Como conta sua mãe, Fernanda Pedra, a filha conheceu o mundo das olimpíadas de matemática no início do ano passado, quando começou a participar de competições asiáticas. “Com os bons resultados, Natália se motivou ainda mais e, nesse ano, se inscreveu para participar da Copernicus também”, revela.
A Copernicus é uma olimpíada internacional com diversas modalidades e vai dos anos iniciais até o ensino médio. Para chegar a Nova York, Natália passou pela primeira fase, de caráter qualificatório, entre estudantes de todo o mundo, que ocorreu de modo on-line. Uma vez classificada, ela viajou para fazer a prova na Universidade de Columbia, entre os dias 9 e 13 de julho.
De volta ao Brasil, a juiz-forana trouxe para casa a medalha de prata, com gostinho de ouro: ela foi a brasileira com melhor colocação no ranking da prova na sua categoria. Contudo, para a menina e seus pais, o sentimento de felicidade não vem apenas dos títulos, mas de todo o processo vivenciado. “Minha experiência em Nova York foi superincrível, eu fiz novas amizades e pude, através das sessões de estudo, compartilhar meu conhecimento junto de outras pessoas, e elas falaram do que sabiam para mim, foi uma troca de conhecimento”, relata Natália.
Na visão dos pais, a viagem por si já cumpre uma função importante na aprendizagem infantil. “Somente o fato de conhecer uma cidade icônica como Nova York traz um ganho cultural e abre os horizontes das crianças. Somar o fato de competir internacionalmente com postulantes de todo o mundo, em uma universidade de renome, torna a experiência ainda mais desafiadora e, na nossa visão, traz um amadurecimento emocional e educacional.”
Livro Bilíngue
Durante seu tempo estudando em Juiz de Fora, Natália também se aproximou do mundo da escrita. Nas aulas da Tia Otília, ela imaginava e redigia a história das “Aventuras de Alice e seu unicórnio”. Mais tarde, na pandemia, sua mãe viu o material e decidiu mandar para uma editora e, já residindo em Belém, o primeiro livro da juiz-forana, na versão bilíngue, foi publicado.
Da matemática ao português, o segredo de sua trajetória nos estudos, nas palavras de Natália, soa simples: “eu gosto de me desafiar”. E, na perspectiva dos pais, Fernanda e Rodrigo, o incentivo e o exemplo são as ferramentas mais relevantes para desenvolver nos pequenos o gosto pelo aprendizado. “Acreditamos que estudar com regularidade é algo que deve ser desenvolvido desde a infância, pois a criança tem mais facilidade para aprender e transformar o estudo em um hábito cotidiano”, explicam.