Técnico do Villa Real destaca estrutura e ‘linguagem da bola’ no clube
Águia estreia na Segunda Divisão no dia 28 de agosto com Paulo Neves no comando; treinos começam no próximo dia 4
A dois meses da estreia na Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, o Villa Real já escolheu seu técnico e realizou uma seletiva. Agora, o clube tem feito contato com jogadores conhecidos pelos membros da comissão técnica para compor o grupo, além de ter acertado com atletas que integraram o time no ano passado. A ideia é que os treinos comecem no próximo dia 4, ainda sem local definido. Para entender mais sobre o planejamento para a competição, a Tribuna entrevistou o treinador Paulo Neves, que disse ter aceitado o convite do Villa por todos do clube “falarem a língua da bola”. A estreia do time juiz-forano é no dia 28 de agosto, às 19h30, contra o Atlético Três Corações, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio.
Em sua carreira, Paulo Neves já foi treinador dos juniores do Atlético-MG, além das equipes profissionais de Tombense e Sport Club – clubes nos quais conseguiu, à época, o acesso para o Módulo II do Campeonato Mineiro -, Funorte e UFV. Ele também foi preparador físico de Atlético-MG, América-MG e Villa Nova-MG, antes de se retirar dos gramados, em 2012. Mas mesmo afastado das competições, Paulo garante que continuou com os estudos sobre futebol. “Tenho uma empresa que faz eventos do esporte. Durante esses tempos, fiz cursos, incluindo um de gestão profissional de futebol, em janeiro”.
Segundo o técnico, o que lhe motivou a retornar ao comando de um time profissional depois de dez anos foi o projeto proposto pelo presidente do Villa Real, Allan Taxista. “Ele deixou tudo muito claro. Sabe falar a língua da bola, assim como todos os envolvidos. A grande dificuldade de quem trabalha com futebol é conversar com dirigentes, muitos não têm a mínima noção do que estão falando. Mas, no Villa, vejo muita seriedade. Tem uma comissão técnica com preparador físico de alto nível (Guilherme Stoppa, ex-Tombense), com o Wesley Tanque, que é ex-jogador e teve experiência internacional, como auxiliar, e o Juninho na fisioterapia”, cita Paulo.
Além de elogiar a comissão técnica, Paulo enxerga que a estrutura oferecida pelo Villa Real tem sido adequada. “Temos academia disponível, na qual alguns jogadores já estão trabalhando. Há preocupação com a saúde dos atletas, eles já possuem convênio para cuidar tanto da parte preventiva quanto de uma emergência. É um clube com dois anos de existência, mas que já está organizado”, diz.
“Seis jogos que separam o céu do inferno”
Para a Segunda Divisão do Mineiro, Paulo quer contar com 26 a 28 atletas – a maioria de Juiz de Fora, como promete o clube desde a sua fundação. A maior dificuldade na competição, segundo ele, é não conhecer grande parte dos jogadores adversários e nem o estilo de jogo dos clubes.
“Muitas das vezes, defensivamente, precisamos jogar em função do que o adversário apresenta. A imprevisibilidade dele tem que ser a nossa previsibilidade para neutralizarmos. Como não conhecemos os times, vamos passar para um membro da comissão técnica ficar responsável para avaliar o adversário. Está bem definido, cada um está no seu quadrado, fazendo o seu papel. Com a experiência que temos, estamos tentando que tudo se entrelace para que o time jogue bem”, reforça o comandante.
Por ser um campeonato de tiro curto, no qual o Villa Real fará apenas seis jogos na primeira fase, o técnico pensa que os detalhes farão a diferença. “São seis jogos, que separam o céu do inferno. Vamos nos preparar muito bem, inclusive, marcando amistosos. A busca é por uma leitura técnica e tática que coloque os elementos que precisamos para nos apresentarmos bem”.
Questionado sobre o fato de a competição ter voltado a ser sub-23, Paulo avalia positivamente. “Os times chegam com mais igualdade. Acho que é uma boa, principalmente para os jogadores que estão precisando ter rodagem para alcançar um nível maior no futebol. Ao mesmo tempo, não temos o histórico dos atletas. Ele mesmo é que vai ter que contar sobre lesões, por exemplo (…). Mas tenho convicção que teremos um grupo forte. Temos a responsabilidade de trabalhar muito e representar bem Juiz de Fora”.