Sin City 2: a dama fatal chega às telas brasileiras após fracasso nos Estados Unidos
Nove anos podem, sim, fazer muita diferença. Quando foi lançado, em 2005, “Sin City” foi um fenômeno de bilheteria nos Estados Unidos e em boa parte do globo, ao levar para a tela grande a violência e o clima noir em preto e branco do universo criado por Frank Miller para os quadrinhos. Robert Rodriguez soube captar fotograma por fotograma toda a atmosfera, diálogos, contrastes de luz e enquadramentos que Miller havia desenvolvido em sagas como “A grande matança”, que estavam entre as histórias vertidas para os cinemas, com direito a muito “sangue branco” nas telas. O sucesso foi tamanho que uma sequência foi prometida para “o mais breve possível”.
Mas eis que esse “mais breve possível” resultou nos nove longos anos de espera, e “Sin City 2: a dama fatal” só agora chega aos cinemas brasileiros, cerca de um mês depois de sua estreia norte-americana – que foi péssima, por sinal: distribuída por 2.700 salas, a produção foi um fracasso retumbante, arrecadando apenas US$ 6,4 milhões no final de semana de estreia (cerca de 20% do arrecadado pelo original no mesmo período, em 2005), sumindo do top 10 poucos dias depois. A estimativa é de que o filme tenha custado algo em torno de US$ 60 milhões e US$ 70 milhões.
A crítica também não foi generosa com a produção, apesar de praticamente toda a equipe de criação e elenco original terem voltado a trabalhar na produção. O roteiro de Frank Miller foi considerado menos impactante que o do filme de 2005, e a direção compartilhada entre ele e Rodriguez parece ter sido uma péssima ideia. A história gira em torno de duas tramas publicadas pela Dark Horse, “A dama fatal” do título e “Apenas outra noite de sábado”, além de duas criadas especialmente por Miller para o filme, “The long, bad night” e “Nancy’s last dance”. Quem for aos cinemas verá Dwight, interpretado por Josh Brolin no lugar de Clive Owen, ser mais um a cair pelos encantos da femme fatale Ava Lord (Eva Green); Marv (Mickey Rourke) vai ajudar a stripper Nancy Callahan (Jessica Alba) a executar sua vingança contra o senador Roark (Powers Boothe); Johnny (Joseph Gordon-Levitt) é um craque em jogos de azar e no carteado que resolve tentar a sorte na Cidade do Pecado.
Apesar de toda a violência, diálogos irônicos, mortes, gente com pouca roupa e o preto e branco estilizado do primeiro filme estarem presentes, “Sin City 2” parece sofrer da síndrome de “já vi isso antes”, perdendo muito do impacto original. Ou talvez seja a “mão podre” de Frank Miller, que volta a fracassar em sua segunda tentativa de atacar de diretor – para quem não lembra, ele é o responsável pelo constrangedor “The Spirit”, de 2008, aquele em que Samuel L. Jackson parece, em alguns momentos, uma gueixa com rabo de cavalo.
SIN CITY 2 – A DAMA FATAL
UCI 3 (3D): 20h e 22h15. Alameda 4 (3D/dub): 14h40 e 19h20. Alameda 4 (3D): 17h e 21h40. Santa Cruz 1 (dub): 16h45, 19h e 21h15
Classificação: 18 anos