‘Chame a Frida’, para atendimento de violência contra a mulher, já está disponível em JF
Assistente virtual foi lançada pela Delegacia de Atendimento à Mulher nesta terça-feira
A Delegacia de Atendimento à Mulher de Juiz de Fora lançou, nesta terça-feira (28), o projeto “Chame a Frida”, uma assistente virtual para atender solicitações de mulheres vítimas de violência. O serviço já está disponível e funciona pelo aplicativo WhatsApp por meio do número (31) 99141-6954, de segunda a sexta-feira, de 8h30 ao meio-dia e de 14h às 17h. O projeto foi apresentado pela Polícia Civil durante evento realizado na Casa da Mulher.
A assistente virtual responde às vítimas por meio de mensagens pré-programadas. Através da Frida, é possível realizar denúncias, esclarecer dúvidas ou notificar sobre situações de risco ou flagrante. Basta que a vítima envie um “Oi” para o número de contato para receber as orientações necessárias. Além desses serviços, as mulheres que precisam de medidas protetivas podem agendar um horário para ir até a delegacia fazer a solicitação.
De acordo com a chefe do 4º Departamento de Polícia Civil em Juiz de Fora, Flávia Mara Camargo Murta, o “Chame a Frida” se destaca pela simplicidade e facilidade de uso. Idealizado pela escrivã Ana Rosa Campos, da Polícia Civil de Manhuaçu, município da Zona da Mata distante cerca de 290 quilômetros de Juiz de Fora, a iniciativa demonstrou resultados positivos em sua cidade de origem, com redução nos índices de violência.
“A população abraçou o projeto, então hoje (em Manhuaçu) temos propaganda da Frida em outdoors e em busdoors, temos no pacote de pão. Isso tudo foi iniciativa dos próprios comerciantes”, comenta Flávia. “Quanto mais ela fica visível e quanto mais as pessoas sabem da existência da Frida, mais ela intimida o agressor, porque o agressor sabe que existe todo um movimento para proteção da mulher. Em Manhuaçu, a diminuição dos índices de violência foi gritante e é isso que queremos em Juiz de Fora também.”
Como destacado pela chefe do 4º Departamento de Polícia Civil em Juiz de Fora, o projeto se torna mais um mecanismo de contenção à violência contra a mulher no município. “Muitas vezes a mulher quer o anonimato. Ela não quer ir diretamente à delegacia e, ao mesmo tempo, precisa ter informações pontuais sobre a matéria, então o ‘Chame a Frida’ é mais uma forma de a Polícia Civil chegar até essas mulheres.”
Monitoramento por tornozeleira eletrônica
Durante o evento, as polícias Civil e Penal ainda apresentaram a unidade portátil de rastreamento (UPR), um aparelho conectado à tornozeleira eletrônica de agressores que notifica suas vítimas caso eles estejam por perto. De acordo com o diretor regional da Polícia Penal, Silvio César Martins, o aparelho se soma ao projeto “Chame a Frida” nas ações de prevenção contra a violência doméstica.
“A violência doméstica é tida como preocupação para todo o Estado. No sistema prisional, isso não é diferente. Nós trabalhamos internamente com o autor da violência doméstica. Não adianta, após o autor da violência doméstica cumprir as sanções que foram impostas pela justiça, ele ficar sem o devido monitoramento e acompanhamento”, diz. “Com esse equipamento, a vítima tem sensação de segurança maior.”
Como explicado pela coordenadora da Unidade de Gestão de Monitoração Eletrônica, Maria Gorete Cotta da Silva, a vítima pode levar o equipamento dentro da própria bolsa. Além disso, a UPR conta com um botão do pânico, que pode ser acionado caso a mulher esteja em uma situação de perigo iminente. “É um mecanismo que veio para auxiliar nessa demanda.”
Para adquirir o equipamento, a Delegacia da Mulher analisa os casos específicos de violência para solicitar a autorização judicial.