“Olhava uma flor e via Deus”: juiz-forana completa travessia Petrópolis-Teresópolis em menos de 14h

Mesmo com temporal durante quatro horas e outras adversidades, Patricia Lisboa conclui trajeto com “alegria na alma”


Por Davi Sampaio, estagiário sob a supervisão do editor Bruno Kaehler

27/03/2023 às 15h03

Temporal, corredeiras, cachoeiras e amigo passando mal. Mesmo com várias adversidades, a juiz-forana Patricia Lisboa conseguiu finalizar a travessia Petrópolis-Teresópolis, geralmente percorrida pelos atletas em dois ou três dias, em 13h48min. Nem mesmo os 30km e os desníveis de mais de 1.100 metros impediram ela e outros seis aventureiros de atravessar o Parque Nacional da Serra dos Órgãos em seus tempos recordes no último sábado (25).

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Paisagens também marcaram aventura de Patrícia (Foto: Arquivo pessoal)

“Foi sensacional. Bem pesado e puxado, mas já sabia disso, estava treinada. Ainda teve um extra, que foi um temporal muito forte. Passamos alguns perrengues por conta de terem se formado corredeiras e cachoeiras extras. Não sabíamos onde estávamos pisando, foram quatro horas assim. O cansaço foi grande, mas foi lindo demais, pude ver o quanto forte sou”, analisa Patricia.

Mesmo que já tenha atravessado o Pico das Agulhas Negras, o Pico da Bandeira, o Escalavrado, a Pedra da Mina, a Pedra da Gávea e a própria travessia Petrópolis-Teresópolis anteriormente – mas em dois dias – a juiz-forana precisa sempre superar um medo: a altura. “Necessito de uma força, me conectar comigo mesma, com Deus e com a natureza para que no final dê tudo certo. A superação é a fortaleza do meu dia a dia”, diz. “Nessa travessia, tivemos vários momentos de incertezas. Precisávamos sair dos imprevistos e buscamos muitas forças. Eu olhava para a flor e via Deus, além de escutar os passarinhos, porque a natureza traz alegria na alma. Olhar a imensidão e as montanhas, com sua saúde, suas pernas, visão e audição é maravilhoso”, destaca.

Concluído esse desafio, Patricia já quer outros. Ela pretende realizar, em julho, a travessia Marins/Itaguaré, de 9km. “Agradeço todas as trilhas que faço. Prezo o cuidado com a saúde para fazermos o que a gente gosta, cada um com suas escolhas. Sempre faço orações agradecendo por estar ali com as pessoas de vibe maravilhosa. Levo para a vida que (assim como na trilha), quando estamos passando momentos de dificuldade, temos que acalmar, concentrar e só terminarmos quando chegamos no nosso objetivo”, pondera a atleta.

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