Simpatia como aprendizado
Jesus sabe que não basta plantar a boa semente, é necessário preparar o solo para o acolhimento da construção do porvir, da germinação à florescência
Neste nosso planeta em constante convulsão para a maioria de seus habitantes, os sentimentos e ensinos exaltados por Jesus não vão muito além de alegorias possivelmente realizáveis apenas pelos eleitos ou tradições cultuadas pelas religiões, estas que pouco têm a ver com a vida comum.
Se ainda não é possível compreender um tanto do que nos foi ensinado por Jesus, observemos algumas de suas lições, destacando aquilo que por Ele não foi cogitado. Dos lábios do Mestre, jamais saiu qualquer palavra ou expressão salientando a violência como forma de se viver. O Nazareno nunca faltou com o entendimento justo com todas as pessoas indistintamente.
Quando censurou os vendilhões no templo, seu objetivo maior era de extinguir uma prática perniciosa e seus consequentes erros. Ao aproximar-se da mulher a ser apedrejada, disse-lhe que seguisse em frente e não errasse mais; com orientação semelhante, ensinou ao homem curado no Tanque de Betesda.
Ainda que nos dias atuais vejamos inúmeros religiosos usando o nome do Cristo na imposição de ideias maliciosas e particulares, todo o Evangelho de Jesus é pautado em normas de respeito no mais amplo sentido.
Jesus sabe que não basta plantar a boa semente, é necessário preparar o solo para o acolhimento da construção do porvir, da germinação à florescência.
Ainda não estando o solo de nosso coração apto a frutificar o amor, o perdão e a caridade em toda sua pujança, aprendamos com o Cristo a semear simpatia; esse discreto sentimento reduzido a comportamento social que, em sua essência, traz o nobre significado da afinidade moral, de semelhança em pensar e agir para a aproximação e convívio das pessoas, construindo assim a boa ordem, a disciplina afetuosa na convivência pacífica dentre aqueles que a cultivam.
No exercício da simpatia, aprendemos a compreender os problemas e as lutas de cada um, entendemos como auxiliar as crianças através da confiança e sinceridade. Conseguimos entender a ingratidão do amigo doente de egoísmo, assim como o Cristo compreendeu a fragilidade do Espírito de Judas.
Da manjedoura ao cimo do Gólgota, Jesus todo o tempo e o tempo todo ensinou exemplificando a simpatia, nos mostrando como sanar o mal com a prática do bem, indicando o caminho redentor para todos os homens que buscam a paz e a felicidade, tendo por alicerce a rocha do auxílio mútuo, da bondade e da confraternização ao redor do espírito do serviço no bem.