Fazer o bem, procurar a justiça
“Esse é um tema bastante apropriado para o momento em que vivemos: fazer o bem e procurar a justiça”
Os cristãos do Hemisfério Norte realizam, até o dia 25 de janeiro, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Em nossa região, a tradicional semana de oração pela Unidade acontece em maio em nosso Pentecostes. Mas vale conhecer o tema que os cristãos do Norte estão refletindo. O tema deste ano é extraído do profeta Isaías: “Aprendei a fazer o bem, procurai a justiça”. Agradeçamos ao Senhor, que, com fidelidade e paciência, conduz o seu povo à plena comunhão, e peçamos ao Espírito Santo que nos ilumine e sustente com os seus dons”.
Esse é um tema bastante apropriado para o momento em que vivemos: fazer o bem e procurar a justiça. Após os ataques acontecidos no dia 8 deste mês, em Brasília, aos prédios públicos que representam o Estado brasileiro, a sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), perplexa com as graves e violentas ocorrências, emitiu uma nota em que pedia serenidade, paz e o imediato cessar dos ataques criminosos ao Estado Democrático de Direito.
“Fazer o bem, procurar a justiça.” Essa passagem de Isaías deve ser lembrada nesse momento pelos cristãos. Os responsáveis devem responder por seus atos por meio da Justiça, e a nota da CNBB diz: “Esses ataques devem ser imediatamente contidos, e seus organizadores e participantes, responsabilizados com os rigores da lei. Os cidadãos e a democracia precisam ser protegidos”.
Durante um tradicional encontro do início do ano com embaixadores do Vaticano, Papa Francisco se disse preocupado com as tensões políticas no Brasil. “Penso nos vários países das Américas onde as crises políticas são carregadas de tensões e formas de violência que exacerbam os conflitos sociais. Penso especialmente no que aconteceu recentemente no Peru e, nas últimas horas, no Brasil”, declarou o Papa durante o encontro.
“Em muitas áreas (do mundo), um sinal do enfraquecimento da democracia é o aumento da polarização política e social, que não ajuda a resolver os problemas urgentes dos cidadãos”, completou. No discurso, Francisco falou ainda sobre, além de se dizer ainda preocupado com conflitos em Síria, Israel e Palestina, Líbano, Cáucaso, Iêmen, Mianmar e a península coreana.
Os leigos católicos, assim como o Papa Francisco, precisam se preocupar com a defesa da democracia brasileira duramente conquistada. Vivemos momento nos quais a omissão dos cristãos diante dos acontecimentos pode colocar em risco a vida de muitos. Não sem razão, a CNBB escolheu para este ano o tema da Campanha da Fraternidade: FOME. Sem democracia não podemos sair do Mapa da Miséria. Fazer o bem e praticar a justiça exige um comprometimento de todos nesse momento.