Consórcio Via JF assumirá parte das linhas da Tusmil a partir de segunda-feira
Primeira etapa de substituição da operação contempla 31 linhas atualmente com a Tusmil; saída completa da empresa será gradativa e deverá durar três semanas
A substituição dos ônibus do Consórcio Manchester deverá começar já nesta segunda-feira (5). Segundo a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), 31 linhas serão substituídas por coletivos do Consórcio Via JF, composto pelas empresas Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda (Ansal) e São Francisco. O anúncio foi feito pela prefeita Margarida Salomão (PT) em um vídeo nas redes sociais da Prefeitura. Margarida ainda garantiu que o emprego de todos os trabalhadores da Tusmil será mantido.
No vídeo ela aponta para mudança nas linhas que atendem toda a área rural de Juiz de Fora, Cidade Alta e Zona Leste, bairros como Retiro e Jardim Esperança. No decorrer de três semanas, todas as linhas operadas pela Tusmil já serão substituídas. “Tivemos uma série de disputas na justiça e a solução que construímos é com máxima segurança jurídica. Por isso, levamos esse tempo de 60 dias para a decisão”
Durante o vídeo, a prefeita ainda afirmou que a empresa São Francisco comunicou a mudança dos proprietários. A Tribuna entrou em contato com o Consórcio Via JF que confirmou assumir as linhas, principalmente aquelas que não estão sendo feitas. “O município irá priorizar as regiões que não estão sendo atendidas hoje pela Tusmil.”
Ver essa foto no Instagram
Linhas da Tusmil que serão substituídas na segunda-feira
- 302 – Floresta;
- 303 – Jardim Esperança;
- 304 – Caeté;
- 307 – Jardim Esperança/Floresta;
- 309 – Terras Alta;
- 313 – Sarandira;
- 428 – Linhares/Via Fazenda Yung;
- 308 – Retiro;
- 315 – Jardim Esperança;
- 306 – Retiro;
- 305 – Jardim Esperança,;
- 415 – Linhares/Via Vale dos Peões;
- 420 – Linhares;
- 429 – Linhares,;
- 435 – Linhares,;
- 519 – Torreões/Est R.Preto;
- 523 – Monte Verde;
- 525 – Universidade;
- 529 – Torreões;
- 542 – Lagoa – C.F.S. Pedro/Torreões;
- 543 – Santa Cordola;
- 544 – Recanto dos Brugger;
- 546 – BR 040 – Mirante,;
- 708 – Vale dos Lírios;
- 713 – Náutico;
- 738 – Pedra Branca;
- 741 – Valadares;
- 742 – Rosário de Minas;
- 743 – Toledos;
- 744 – Palmital;
- 745 – Rosário de Minas.
Decreto determinava mudança até o dia 23 de setembro
No último dia 15 de junho, a PJF publicou um decreto que determinou o rompimento do contrato firmado com o Consórcio Manchester, hoje formado exclusivamente pela empresa Tusmil. O decreto definiu ainda que a concessionária estava obrigada a prestar o serviço durante 90 dias. Após alguns entraves jurídicos, a Prefeitura manteve o processo para a rescisão unilateral do contrato. As discussões resultaram em paralisia do processo e prazo para uma definição foi readequado no dia 19 de julho.
Problema com o transporte público se arrasta há meses
A reclamação dos usuários do transporte público de Juiz de Fora se arrasta há meses. A Tribuna publicou relatos de coletivos lotados, baixa oferta de ônibus ou linhas que foram retiradas durante a pandemia e não retornaram com a flexibilização das medidas restritivas.
Na última quinta-feira (1), o aposentado, Sérgio Castro, de 82 anos, entrou em contato com a Tribuna e afirmou que a linha 426 (Grajaú) não passa há mais de 10 dias no bairro. Segundo ele, em contato com a empresa Tusmil, o responsável afirmou que o carro estava com problemas mecânicos e, enquanto não fossem resolvidos, o veículo não iria voltar. “Aí fica um monte de gente subindo e descendo o morro para poder ir trabalhar. Eu, quando saio de casa, tenho que pedir um táxi para voltar, porque não tenho mais mobilidade para subir aquela ladeira.”
Uma usuária do transporte público entrou em contato com a reportagem e reclamou da falta do ônibus da linha 220 (Bom Pastor/Manoel Honório). A PJF havia anunciado que a linha iria retornar na última quinta-feira (1º), após ficar desativada durante o período da pandemia. Porém, segundo ela, a linha não está trafegando.
O morador do Bairro Nossa Senhora de Lourdes, Eduardo, que preferiu não ter o sobrenome divulgado, afirmou que os coletivos das linhas 443 e 444, que fazem atendimento na região, não circulam com regularidade. “Tem dia que passa, tem dia que não, além dos atrasos constantes.” De acordo com ele, não tem como contar com o ônibus para trabalhar, porque nunca sabe se vai conseguir chegar no horário ou não. “O pessoal que mora na Rua Horácio de Mello Brandão, costuma atravessar a ponte do trem e pegar os ônibus que vêm do Bairro Vila Ideal.”
“Quando não é a falta de ônibus, é a redução do horário”
Já uma moradora do Bairro São Pedro abordou a questão da redução das linhas que atendem a região. O tema, inclusive, foi tema do primeiro podcast da Tribuna Corpo a Corpo, que tratou da dificuldade que estudantes e trabalhadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) têm encontrado para chegar até a instituição.
Segundo ela, o principal problema encontra-se na linha 449 (Nova Germânia), que, até chegar ao bairro, atravessa o campus da Universidade e toda a avenida principal do Bairro São Pedro. “Nisso, desde o centro, muita gente vai entrando e quando chega na altura do Hospital Monte Sinai, o ônibus já está lotado e os moradores do bairro não conseguem ser atendidos.” Ela menciona, inclusive, confusões envolvendo moradores e estudantes dentro do coletivo. “Já presenciei muita briga de morador xingando estudante, dizendo que aquele ônibus não é feito para atendê-lo. Quando não é a falta de ônibus, é a redução do horário. Então, se a pessoa não pegar aquele não sabe quando vai passar um outro.”
A Tribuna solicitou para a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU) e para a Tusmil sobre esses problemas específicos, mas não obteve retorno.