Santa Casa faz ato para destacar crise financeira
Segundo Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), em seis anos, 315 instituições foram fechadas
A Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora realizou ato simbólico nesta segunda-feira (23), para denunciar o que chama de descaso do poder público, de forma a tornar pública a crise financeira enfrentada pelos hospitais filantrópicos. Segundo a instituição de saúde, o atual cenário poderá, inclusive, levar ao “fechamento das instituições centenárias e que são responsáveis em Minas Gerais por atender 70% das internações do SUS”.
Como forma de protesto, foram soltos balões pretos e verdes, para simbolizar a preocupação quanto a um possível fechamento em larga escala dos leitos e serviços que são ofertados aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “Não é possível mais se omitir diante de tal situação, o setor exige providências para que o atendimento ao SUS continue com qualidade e segurança”, afirmou a Santa Casa, em nota publicada nas redes sociais.
“Há décadas, os Hospitais Filantrópicos precisam suportar uma remuneração insuficiente do Poder Público e assumir dívidas com bancos, fornecedores para não deixar de atender a população. A situação crônica de descaso do Poder Público quanto ao custeio dos Hospitais e os reflexos econômicos da pandemia resultaram na maior crise dessas instituições com graves consequências para o SUS”, afirma a Santa Casa.
Paralisação
Há pouco mês, no dia 19 de abril, a Santa Casa de Juiz de Fora aderiu a outra mobilização para denunciar a crise financeira dos hospitais filantrópicos, realizando manifestação que resultou na suspensão dos atendimentos eletivos, não urgentes, por 24 horas. A iniciativa reuniu mais mil hospitais no país. A paralisação atingiu cirurgias eletivas, oncologia e exames realizados através do SUS. Os atendimentos foram reprogramados para outras datas. O ato coletivo foi organizado pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), que à época, pontuou que 315 hospitais filantrópicos foram fechados devido à crise financeira nos últimos seis anos.