Audiência expõe falta de acessibilidade no Cemitério Municipal
A principal queixa é em relação à Quadra K, onde familiares não conseguem chegar para acompanhar o sepultamento
A falta de acessibilidade para sepultamentos no Cemitério Municipal foi debatida nesta quarta-feira (18) em audiência pública realizada pela Câmara Municipal. O encontro, proposto pelo vereador Luiz Otávio Coelho (Pardal, União Brasil), reuniu parlamentares, representantes de funerárias da cidade, da Prefeitura de Juiz de Fora, além do diretor do cemitério, Renato Dantas. Ao final, todos concordaram sobre a necessidade de estabelecer medidas para melhorar a acessibilidade dos sepultamentos. A principal queixa é em relação à Quadra K, localizada no ápice do cemitério. Conforme Pardal, em alguns casos, familiares não conseguem chegar ao local do sepultamento e acabam ficando na parte baixa do cemitério, aguardando o fim do ritual.
“Para chegar até o local, é necessário subir morros íngremes, em degraus, num percurso que demora cerca de 20 minutos a pé. Isso traz um trauma para a população de Juiz de Fora, quando (as pessoas) estão em um momento de luto pela perda de um ente querido. O percurso é um transtorno para aqueles que vivenciam esse momento, principalmente para quem têm alguma dificuldade de locomoção, idosos ou pessoas com alguma comorbidade”, declarou.
Imagem produzida pela JFTV Câmara e exibida na audiência também mostrou um deslizamento de terra no início do trajeto para o sepultamento. A coordenação do cemitério informou que a Defesa Civil já esteve no local e vai elaborar um laudo sobre a situação. Outro transtorno constatado pela Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito, Meio Ambiente e Acessibilidade é em relação ao esforço empenhado pelos funcionários do local, para transportarem morro acima os caixões com os corpos.
Veículo adaptado
Para atenuar o problema, uma das propostas do vereador Pardal é a aquisição de um veículo adaptado para o transporte dos caixões e de até dois familiares. “Espero que possamos destinar uma emenda impositiva para o Cemitério adquirir esse veículo para traslado, acredito que destinar esse dinheiro será de fundamental importância.” Conforme a subsecretária de Desenvolvimento Institucional da PJF, Taiandre Nunes, é viável adquirir o veículo por meio de emenda e isso poderá ser feito no orçamento do próximo ano.
O diretor do Cemitério Municipal, Renato Dantas, afirmou que a proposta é boa e que a Secretaria de Obras, responsável pelo local, também está elaborando um estudo para avaliar a viabilidade de adquirir carrinhos elétricos para o traslado dos caixões.
Entrada alternativa
Outras possibilidade foram ventiladas, como entrada alternativa pela Rua Viscondessa de Cavalcante, com entrada próxima ao Instituto Médico Legal (IML). Entretanto, conforme Renato, essa possibilidade necessitaria de projeto. “Nós estamos abertos a todos para discutir essa questão. O acesso pelo IML precisaria de capela, porque as sete capelas atuais ficam na parte de baixo, e também de uma portaria, para que a gente pudesse ter o mínimo de segurança”, diz.