Canil Municipal sem proteção animal
Desde muito tempo que Juiz de Fora tem sido uma referência na área da proteção animal, com a adoção de medidas que defendiam os direitos dos animais, incluindo, ainda, a castração de gatos e cachorros, o que evita a propagação do abandono animal e melhora a qualidade de vida dos bichos, evitando a ocorrência de doenças. Tenho saudade desses tempos! O Demlurb era responsável pelo canil.
Recentemente, Juiz de Fora foi palco de escândalo no Canil Municipal, com a divulgação de fatos nas redes sociais e na mídia por uma vereadora da cidade. Infelizmente o que foi visto, lamentável assim, foi: gatos e cachorros doentes dividindo espaço com animais sadios, nenhum responsável presente, superlotação e muita sujeira. A pandemia foi o palco. E o poder de gestão pública para superar uma adversidade? Onde está a dinâmica na tomada de ações que possibilitam ao Poder Público inferir outras atividades que permitissem, por exemplo, o ganho de novas áreas físicas, evitando por conseguinte, a superlotação? O que foi feito? Nada. Enquanto isso, em 14 de outubro de 2021, era sancionada a lei que regularizava o Conselho Municipal de Proteção dos Animais de Juiz de Fora (Compa-JF). Cada um assumiu o seu posto, e nada mudou de concreto!
Foi dito que, em novembro de 2021, o presidente Átila vistoriou o Canil Municipal e que estava tudo de acordo. Menos de três meses depois, por encanto, tudo pelo avesso: festival de abandono animal, de superlotação, de fome e de ausência por parte da administração pública. Por que o Compa-JF vistoriou o Canil Municipal apenas uma vez em um intervalo de três meses? Por que foi preciso uma vereadora denunciar os fatos? Onde estava a direção do canil? Se havia dificuldades, por que não foram repassadas para a prefeita Margarida Salomão ou para a secretária de Saúde?
Depois que tudo foi parar nas redes sociais e na mídia, a gerente do canil pediu exoneração. O novo gerente era o presidente do Compa-JF, que também foi incapaz de perceber as falhas da administração pública no tempo certo. Estes fatos me deixam perplexo: o despreparo das pessoas para lidarem com a coisa pública e com a administração pública. Um Conselho Municipal tem que sair de dentro dos gabinetes e trabalhar em ruas e praças da cidade. Não adianta resgatar um cachorro aqui e acolá e correr para as redes sociais, postando o resgate; é preciso que se implante uma política pública séria e responsável que produza efeitos específicos. Precisamos de regras e um modelo de processos que relacione o Poder Público e a sociedade em benefício da proteção animal. O amadorismo tem que ser extirpado da administração pública!
Cachorro e gato não são voto! São vidas e merecem respeito!
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