E aĆ, bora?
E aĆ, bora?
Quando eu escrevi essa coluna, na tarde de quarta-feira, a grande dĆŗvida que rondava os portais da imprensa esportiva era se Jesus voltaria ou nĆ£o. No caso, o Jorge, sonho de consumo de onze em cada dez flamenguistas por tudo aquilo que fez no comando da equipe rubro-negra na temporada 2019, conquistando o BrasileirĆ£o e a Libertadores, pecando apenas na Copa do Mundo de Clubes.
O fato Ć© que, na vĆ©spera do aniversĆ”rio de Jesus – nesse caso, o Cristo -, todo mundo sonha com alguma coisa. Algum presente. NĆ£o me excluo dessa. Corintiano daqueles, tenho corrido os sites esportivos umas tantas vezes por dia por conta das especulaƧƵes em torno de nomes como os dos uruguaios Cavani e Luis SuĆ”rez. AliĆ”s, sonhos bastante improvĆ”veis, confesso.
Tudo bem que o futebol, seja do torcedor do time que for, nos ajuda a viver nessa atual distopia a qual chamamos de sociedade. Ć uma baita vĆ”lvula de escape. Talvez a Ćŗnica para aqueles que tĆŖm como sonho de consumo – consumo real e distante – um Ćŗnico prato de comida por dia.
Ć legĆtimo que a gente almeje e peƧa pela volta de um treinador ou a chegada desse ou daquele jogador. Ou mesmo, clame pela conquista daquele campeonato improvĆ”vel. Ć desses planos que somos feitos, como torcedores e seres humanos.
Mas, nessa vĆ©spera de Natal, o que eu sonho, de fato, Ć© que a gente consiga ser mais afetuosos como sociedade; que a gente vote nĆ£o em nomes em 2022, mas, sim, em um projeto de paĆs; e que, uma vez mais como sociedade, a gente nĆ£o aceite tĆ£o passivamente tanta pobreza e tanta fome como vemos hoje, a cada esquina.
Esse Ć© um sonho que pode se tornar realidade se sonharmos juntos. E aĆ, bora?