Homem é morto por bala perdida no Rio e testemunhas acusam a PM

Segundo testemunhas, o tiro foi disparado por policiais militares que faziam patrulha com um veículo blindado.


Por Agência Estado

04/01/2021 às 20h25

Um homem de 38 anos morreu atingido por uma bala perdida quando trafegava de moto pelas imediações da Linha Amarela (via expressa que liga as zonas Oeste e Norte do Rio de Janeiro), na altura da Cidade de Deus, na manhã desta segunda-feira (4). Segundo testemunhas, o tiro foi disparado por policiais militares que faziam patrulha com um veículo blindado. A PM diz que os policiais foram atacados por criminosos e revidaram atirando. A versão de que havia confronto é negada por testemunhas.

Marcelo Guimarães trabalhava em uma marmoraria, era casado e tinha dois filhos – uma moça de 19 anos que faz curso de técnica em enfermagem e um menino de 5. No sábado, ele matriculou o filho em uma escolinha de futebol no Bairro Gardênia Azul, na Zona Oeste, e comprou uma chuteira para o garoto. Na manhã desta segunda-feira, foi levar o filho para a primeira aula e estava voltando quando foi baleado e morreu na hora. Ele trafegava de moto pela avenida Edgard Werneck, embaixo do viaduto que dá acesso à Linha Amarela.

Uma mulher que trabalha em um depósito de ferro velho perto do local onde o rapaz foi morto testemunhou o episódio. Segundo ela, havia dois policiais militares parados ao lado de um veículo blindado. “Eles entraram no caveirão segundos antes de o Marcelo passar de motocicleta. Eu vi o momento em que a arma saiu e o disparo foi feito. Acertou em cheio o peito do Marcelo. Ele acabou sendo atingido, mas a bala poderia ter me acertado se ele não estivesse ali”, narrou a mulher à imprensa.

Depois da morte, por volta do meio-dia, moradores da Cidade de Deus fizeram um protesto e interditaram o trânsito na Linha Amarela, no sentido Zona Norte, durante alguns minutos.

Em nota, a PM afirmou que policiais do 18º Batalhão (Jacarepaguá) faziam ronda e foram atacados por criminosos, então revidaram. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios da capital.

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