Polícia Civil realiza buscas em abatedouro clandestino em Guarani
Suspeita é de que haveria abate de cavalos e de gado roubado; carne seria fornecida a açougues da região
Um abatedouro clandestino foi localizado em Guarani, município 95 quilômetros distante de Juiz de Fora, pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), que realizou mandado de busca e apreensão no local na terça-feira (18). O estabelecimento é suspeito de realizar abate e comercialização de gado roubado e de cavalos, que eram vendidos para açougues da região como carne bovina. O proprietário do abatedouro pode ser acusado de crimes que, juntos, podem render pena acima de 15 anos de prisão.
A operação da PCMG teve apoio da Polícia Militar do Meio Ambiente e do Instituto Mineiro de Agropecuária. As entidades conseguiram informações sobre o abatedouro por meio do setor de inteligência, que recorrentemente vinha recebendo denúncias de roubos de animais no município. Ao cumprir o mandado de busca e apreensão, foram constatadas pelos agentes as condições precárias de abate e acondicionamento dos animais.
“Nós comparecemos ao local e não encontramos o proprietário, apenas funcionários que trabalham na fazenda. Localizamos, com a ajuda de drones, carcaças de equinos espalhadas em áreas escondidas no mato da propriedade”, conta o delegado da Polícia Civil José Luiz Quintão. Segundo ele, o proprietário do abatedouro foi encontrado posteriormente, e o local, interditado após a Polícia colher informações com os funcionários.
As investigações sobre a extensão dos crimes supostamente cometidos no estabelecimento ainda estão em curso, mas, entre os crimes pelos quais o proprietário poderá responder, estão maus tratos de animais, falta de licenciamento ambiental, poluição em área de preservação permanente e crimes de ordem tributária, entre outros.
Conforme Quintão, o setor de inteligência da PCMG ainda atua para localizar a ponta oposta do negócio criminoso, que são os açougues que estariam recebendo e vendendo os produtos irregulares. “As investigações prosseguem para identificar os açougues que recebem e comercializam o material clandestino e impróprio para consumo humano. Além da procedência dos animais que, muito provavelmente, são oriundos de furtos e roubos realizados na região”, complementa o delegado.