Ampar aponta dificuldade dos municípios em situação envolvendo MG-133
Em entrevista à CBN, representante da entidade destaca momento financeiro difícil do DER-MG e impactos nas cidades
Um dia após o anúncio da construção de uma passagem alternativa para carros à MG-133, o prefeito de Guarani, Paulo César Santos Neves (PV), presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale Paraibuna (Ampar), esteve em debate na Rádio CBN Juiz de Fora na manhã desta terça-feira (4). Ele destacou as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) e pela prefeitura dos municípios prejudicados pela indisponibilidade da MG-133, defendendo a reforma do pacto federativo como medida para garantir recursos para superar adversidades como a das últimas semanas.
LEIA MAIS:
- Zona da Mata sente impactos econômicos após chuvas
- Interdição da MG-133 afeta trânsito das cidades da região
- ‘Estavam a ponto de desmaiar’, diz policial que salvou vítimas na MG-133
- Encontrado corpo de mulher levada pela correnteza na MG-133
Desde que uma cratera se abriu, deixando a MG-133 intransitável na altura de Tabuleiro, motoristas que utilizam a estrada para chegar em Juiz de Fora, precisam seguir pela MG-353, passando por Piraúba, Guarani, Rio Novo, Goianá até Coronel Pacheco. No entanto, as ruas dos municípios não suportam o tráfego intenso ao qual estão condicionadas desde então.
“Isso é quase que um ato criminoso que está acontecendo com os munícipes que estão sofrendo com esse tráfego. São carretas, bitrens, aquelas cegonhas que levam carros de agências de automóveis”.
Imediatamente após o ocorrido da última quinta-feira (30), as prefeituras da região iniciaram negociações com o DER para buscar alternativas, mas esbarram em problemas financeiros. “A gente sabe da situação do DER que, infelizmente, é uma instituição que sempre ajudava as prefeituras e hoje está uma situação inversa, ela está tendo que pedir ajuda aos prefeitos”, conta Neves, salientando que as administrações municipais não conseguem oferecer grandes auxílios financeiros ao departamento. “Tudo o que acontece é culpa do prefeito, mas todo recurso vai para Brasília. Nós temos que fazer tudo com 16% do bolo arrecadado, e nós, infelizmente, não conseguimos. Daqui a pouco, vai ter que eleger prefeito e dar uma vara mágica para ele.”
Para o prefeito, a única maneira de mudar o paradigma no qual os municípios estão inseridos e evitar ocorridos como o da MG-133 é a partir da reforma do pacto federativo, conjunto de regras que rege, entre outros assuntos, a distribuição das verbas arrecadadas pelo Governo aos estados e municípios. “Nós precisamos ter recursos para fazer, e como você tem recursos? Não estamos falando de reforma tributária, estamos falando do pacto federativo para uma melhor distribuição dos recursos que são arrecadados. Aí sim, vamos conseguir fazer obras consistentes para evitar essas grandes tragédias, que são constantes”, conclui.
Desvio liberado no fim de semana
Em comunicado, nesta terça (4), em suas redes sociais, a Prefeitura de Tabuleiro divulgou novas fotos do andamento das obras para a construção de uma passagem alternativa, em meio à propriedade particular, na altura do km 21 da MG-133, para a travessia de veículos. A previsão inicial era de que o desvio fosse liberado na próxima quinta-feira, mas o prefeito Dauro Martins (PP) estimou novo prazo, agora apenas no fim de semana, “a depender das condições climáticas”.
“Estão sendo usadas máquinas pesadas com o apoio da Prefeitura de Tabuleiro, além do uso de um caminhão PAC para dar uma maior agilidade nas obras”, informou o Executivo. As obras receberam ainda nesta terça a visita da equipe do DER responsável pela obra.
