Bancada de JF se divide em votação de reforma da Previdência

Charlles e Lafayette votaram a favor das mudanças nas regras de aposentadoria; Júlio e Margarida manifestaram posição contrária à proposta


Por Renato Salles

11/07/2019 às 20h09- Atualizada 11/07/2019 às 20h11

Na última quarta-feira (10), o plenário da Câmara aprovou em primeiro turno, com 379 votos favoráveis, o texto-base da reforma da Previdência, que, entre outros pontos, prevê a definição de uma idade mínima de aposentadoria, tempo de contribuição e regras de transição. Para avançar na Casa, o texto superou com folga o mínimo de 308 votos necessários para a aprovação de um proposta de emenda à Constituição e recebeu apenas 131 votos contrários. Entre os 53 deputados mineiros, 39 votaram a favor das mudanças nas regras da aposentadoria e 14 votaram contra. Destes, quatro têm domicílio eleitoral em Juiz de Fora: Charlles Evangelista (PSL) e Lafayette Andrada (PRB) votaram favoráveis às mudanças nas regras de aposentadoria; Júlio Delgado (PSB) e Margarida Salomão (PT) posicionaram-se de forma contrária à proposição.

Assim, os quatro deputados federais com domicílio eleitoral na cidade reforçaram seus posicionamentos sobre a reforma em sua redes sociais. Charlles Evangelista afirmou que a aprovação do texto é o “o primeiro passo para garantir a retomada do crescimento do nosso país e garantir a seguridade da aposentadoria para nossas gerações futuras”. “Foi com muita segurança que votei sim pelo fim dos privilégios e das ‘superaposentadorias’. Agora é continuar trabalhando para garantir a economia de R$ 1 trilhão que serão retornados à população através de investimentos na educação, saúde, infraestrutura e segurança. Reorganizando a casa e garantindo assim, o país que tanto merecemos”, publicou em sua página no Facebook.Também favorável às mudanças em discussão no Congresso, Lafayette Andrada foi objetivo em seu posicionamento sobre o tema, em postagem na mesma rede: “Uma vitória para o Brasil!”

Na ala local contrária à proposição de reforma defendida pelo Governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Júlio Delgado considerou que a redação aprovada traz “avanços importantes na transformação do texto, desde que ele foi apresentado pelo Governo federal”. Ele pontuou ainda que o texto-base que avança na Câmara significa, na prática, uma “reforma do Parlamento, fruto de discussões importantes feitas nos últimos meses”. “Votei não à aprovação da reforma, mas por determinação do partido, que fechou questão para este projeto. Expliquei isso a vocês, amigos e eleitores, ainda ontem. O STF entende que o mandato pertence ao partido e, desta forma, desconsiderar a orientação do PSB poderia, inclusive, resultar na minha expulsão”, afirmou, também no Facebook.

Por sua vez, Margarida Salomão fez comentários mais duro sobre o texto aprovado pelo plenário da Câmara. Para a deputada, o texto-base aprovado em primeiro turno na última quarta “tende a aumentar desigualdades”, a despeito do discurso governista de que a proposta “aluda ao combate de privilégios”. “O país também se prepara para debater uma reforma tributária de modo independente da Previdência. Se a redução das desigualdades fosse finalidade das reformas, as mudanças na Previdência deveriam ser outras. E ambas deveriam ser debatidas conjuntamente. A reforma da Previdência proposta aumenta muito a desigualdade de acesso à aposentadoria. Muitos brasileiros pobres começam a trabalhar muito cedo, mas não conseguem contribuir pelos 20 anos exigidos para obter a aposentadoria parcial, para não falar dos 40 anos para a aposentadoria integral”, publicou a parlamentar nas redes sociais.

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