Provisório permanente
Alunos estudam em local improvisado à espera de recuperação de escola que não sai do papel há pelo menos três anos
Os 500 alunos da Escola Estadual Professor Francisco Faria, em Benfica, cujas atividades pedagógicas são desenvolvidas em galpões adaptados, no Bairro Nova Era, vivem situação semelhante aos estudantes dos Grupos Centrais, que há anos se tornaram nômades, à espera da reforma do espaço original na Avenida Rio Branco. Nos dois casos, não há datas para a conclusão da recuperação. Nos grupos, a obra sequer começou a despeito de o ex-governador Fernando Pimentel ter assinado uma ordem de serviço que nunca saiu do papel.
Com o caixa no limite, a atual gestão não sinaliza para a retomada dos trabalhos, indicando que os atuais alunos deverão cumprir sua etapa sem voltar para o espaço original. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, a primeira etapa do projeto foi orçada em R$ 600 mil.
O grave, porém, é que não se trata de mera mudança de local: as instalações adaptadas são precárias, com reflexo direto na ação dos professores e no entendimento dos alunos.
Como a Tribuna mostrou na edição de sexta-feira, as crianças deixam de realizar determinadas atividades, que iriam contribuir para o aprendizado, pela absoluta falta de um local adequado. Não há riscos para os alunos, é fato, mas não é o ideal, sobretudo para o início de jornada no ensino público.
Cobrar do Governo a retomada do processo de recuperação é mais uma missão para a instância política, a despeito do discurso de falta de verbas. Juiz de Fora elegeu uma expressiva bancada para representar suas demandas nas instâncias de poder. Esta é uma daquelas situações em que é preciso insistir, a fim de colocar os projetos no topo da lista de prioridades, como, aliás, é a educação.