Respeito necessário
A Semana do Idoso é um momento para implementação de debates que devem, necessariamente, ser implementados durante todo o ano
Começa nesta segunda-feira, por iniciativa da Comissão de Defesa dos Direitos Idosos da Câmara Municipal, a Semana do Idoso, ocasião em que são criados espaços para discussão das demandas da terceira idade. Os temas podem ser considerados recorrentes, mas é fundamental discuti-los, uma vez que, a despeito de tantas avaliações, esse segmento da população é o que mais cresce. O aumento da longevidade, graças aos avanços da ciência e das políticas de atendimento, tornou-se uma realidade em todo o mundo. A população está envelhecendo, induzindo governos e outras instituições a implementarem frequentes políticas públicas.
O velho tem novo perfil. Em vez de ser um estorvo, boa parte deles ainda é considerada a principal fonte de renda de famílias inteiras. O mercado de trabalho também está aberto para a terceira idade, sobretudo na faixa entre 60 e 70 anos, pois, ao contrário de outros tempos, ela está física e mentalmente ativa para exercer funções. Em outros tempos, uma pessoa aos 50 anos era considerada velha, bastando acompanhar o relato dos velhos de hoje quando falam de seus antecessores.
Essa longevidade, porém, tem custos políticos, econômicos e sociais. Quando se aborda, por exemplo, a reforma da Previdência, a discussão não está focada na atual terceira idade. O centro da questão está nos velhos do futuro, que correm o risco de perder benefícios se nada for feito. Por sua vez, os atuais ainda carecem de atenção diante dos custos elevados, especialmente com a saúde. Nem todos têm meios para bancar planos, embora sejam os que mais demandam por atendimento.
O debate da Câmara é pertinente também para apontar para os gestores que as cidades ainda carecem de mais investimentos. O cuidado com as calçadas, o tempo dos semáforos, embora questões simples do cotidiano administrativo, são fundamentais para as pessoas que já não têm mais a agilidade para driblar buracos ou cumprir no devido tempo a travessia de ruas e avenidas. As filas de bancos para tal segmento precisam ser mais bem disponibilizadas, pois a maioria dos estabelecimentos destina apenas um caixa. Como resultado, os demais, por terem mais opções, acabam sendo atendidos com melhor eficiência de tempo.
Mas um dos pontos a serem destacados nos debates é a necessidade de levar a discussão sobre a terceira idade para os jovens e as crianças. É vital que tenham a percepção de que um dia estarão no outro lado do balcão, o que implica, pois, que respeitem quem chegou a uma faixa etária que nem todos, eventualmente, alcançarão.