Malha urbana

A ocupação de espaço nas metrópoles tornou-se um desafio permanente para os gestores públicos, o que exige compartilhar suas ações com os setores diretamente envolvidos


Por Tribuna

03/04/2019 às 06h45

Não é de hoje que a mobilidade urbana se tornou uma questão permanente nas discussões sobre o futuro das cidades. As grandes metrópoles e as de porte médio têm desafios diários que ainda não são respondidos de forma adequada pelo Poder Público. É fato que a falta de recursos é um inibidor de medidas, mas é fundamental ampliar os canais de negociação com as partes envolvidas para se encontrar uma solução.

Em Juiz de Fora, a carga e descarga tem registrado mais de 900 multas por uso irregular das vagas, estabelecendo uma média de dez autuações por dia, mas nem assim a situação melhora. Multar faz parte do processo, mas, enquanto não se colocar a matéria numa pauta conjunta, não haverá mudança de cenário. Portanto o problema vai continuar.

E há agravantes. O uso inadequado de vários pontos da área central pelo comércio ambulante faz parte do problema. Os motoristas dos veículos de carga se queixam dos locais ocupados pelos vendedores, enquanto estes, sem alternativas, dividem a malha urbana, comprometendo ainda mais a ocupação. Os fatos, portanto, estão ligados.

O ideal é a redução do número de veículos da área urbana, como algumas cidades já estão fazendo, dando prioridade ao pedestre, mas essa não é uma solução simples, carecendo de recursos, projetos e políticas públicas que definam um pacote completo, pois há efeitos colaterais. Um bom passo é ampliação dos calçadões, como já se avalia em Juiz de Fora, mas é fundamental colocar em pauta a carga e descarga dos produtos.

Num tempo de mudanças de curto prazo, a legislação também se perde no tempo, ficando defasada, o que impede a implementação de ações. Daí organismos de contato direto com a população, como Câmara Municipal e conselhos, entidades empresariais e outros setores, precisam estar em permanente conexão, porque o interesse é coletivo. Ao Executivo, até pelo poder de agenda, cabe coordenar tais discussões e chamar todos para um mesmo fórum, no qual todos teriam espaço para apresentar suas propostas.

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