Sonhos interrompidos

País chora mais uma tragédia e espera uma rigorosa apuração das causas do acidente que matou dez jovens atletas do clube mais popular do país


Por Tribuna

09/02/2019 às 07h02- Atualizada 09/02/2019 às 10h13

A morte de dez atletas nos alojamentos do Flamengo, no chamado Ninho do Urubu, é a maior tragédia do futebol do Rio de Janeiro e ocorre num momento em que o país ainda chora os mortos de outra tragédia (de Brumadinho). Os jogadores tinham idades entre 14 e 16 anos e foram para o clube na esperança de concretizar o sonho da profissionalização e de um futuro melhor para suas famílias.

Vindos de várias partes do país – dois deles eram mineiros -, esses garotos faziam parte do projeto do clube de revelar talentos em suas bases. Nem todos vingam, mas muitos deles brilham pelo mundo afora. No próprio Flamengo, dois egressos dessas categorias estão em solo europeu. Vinícius Júnior, no Real Madri, e Lucas Paquetá, no Milan, manifestaram seu pesar pelas redes sociais e revelaram a convivência com vários desses jovens na concentração.

As causas ainda não estão esclarecidas, embora a suspeita seja um curto-circuito no sistema de ar-condicionado. O clube tinha encaminhado, na semana passada, uma documentação ao Corpo de Bombeiros para avaliação do espaço, mas, de acordo com as primeiras informações, não tinha autorização para fazer um alojamento. Resta, agora, como em Brumadinho, apurar as causas e punir, se for o caso, os responsáveis, uma vez que não faz sentido tantas tragédias passarem pelo véu da impunidade. O caso deve levar também à melhoria nos abrigos de atletas e colaboradores, pois muitos deles, especialmente em agremiações de menor porte, vivem em condições degradantes, aceitando tal situação apenas pelo sonho de ser uma estrela no futuro.

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