Onde está a água da Cesama?
Tenho acompanhado, através do jornal Tribuna de Minas, os problemas de desabastecimento de água em nossa cidade, bem como as queixas de moradores de Benfica e de bairros próximos sobre a recorrente falta de água desde o dia 20 de janeiro.
Curiosamente, houve vazamento de água em algumas regiões da cidade, mas, apesar dos reparos efetuados, a Cesama tem tido dificuldades para recompor o abastecimento, e este fato nos traz preocupação, porque, conforme palavras do senhor Marcelo Mello do Amaral, diretor deste órgão público, a geografia acidentada da cidade e o elevado consumo de água nos dias quentes têm dificultado a normalização dos serviços. Em outras palavras, a cidade vem crescendo, um grande número de prédios vem sendo construído, condomínios residenciais vêm surgindo em uma maior proporção, principalmente na Zona Norte, e me parece que a Cesama não está conseguindo acompanhar o crescimento exponencial de novas edificações. Como resultado, qualquer falha no sistema tem sido capaz de gerar muitos transtornos para a população, demonstrando fragilidade no sistema de tratamento e no fornecimento de água.
Por outro lado, o juiz-forano já paga um elevado valor pela água tratada, acrescida da taxa de esgotamento sanitário, e, ainda sim, tem passado pelo constrangimento de chegar em casa cansado e suado e não poder tomar um banho mínimo que satisfaça a sua mais imediata necessidade de higiene. Fora as famílias que possuem idosos acamados em casa. Para piorar, a falta de água impossibilita até mesmo que o cidadão faça sua refeição em casa, ou mesmo que possa fazer uso dos sanitários, por falta de água na caixa de descarga. É muito complicado e provoca um grande colapso para as famílias juiz-foranas!
Tempos atrás, diversos bairros de Juiz de Fora apresentavam falta de água, e o motivo era que a Represa João Penido não estava conseguindo atender a demanda do abastecimento. Veio o manancial de Chapéu d’Uvas para interligar o sistema, mas persistem falhas no processo, e isso nos faz perguntar: será que a tubulação de água que atende a cidade é a mesma de 20 ou 30 anos atrás?
Vale ressaltar que o acesso à água potável é um direito fundamental de todo cidadão, porque se encontra intimamente ligado ao direito à vida e à saúde, objetivando salvaguardar o princípio da dignidade humana. A Cesama deve e tem que tornar mais eficiente o fornecimento de água para garantir o princípio moral de que o ser humano deve ser tratado sempre como um fim, e nunca como um meio.
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