‘Grana difícil Zema’


Por Luís Cláudio de Carvalho, ex-secretário municipal de Governo de São Lourenço

16/01/2019 às 07h03

Com o trocadilho “grana difícil Zema resolve o nosso problema”, louvo as principais iniciativas do governador mineiro Romeu Zema neste começo de mandato. Está fazendo exatamente o que propôs na campanha, sem se preocupar com a opinião pública, mais especificamente com a classe política e seus apadrinhados, sem viés partidário ou ideológico. E o que é melhor: sem picuinha, caça às bruxas, vingança e outras atitudes que nada contribuem para o bom andamento das ações governamentais. A eleição acabou no dia 28 de outubro e é hora de trabalhar, com responsabilidade e espírito público, visando, exclusivamente, à melhoria da qualidade de vida do povo mineiro. Nesse sentido, com tranquilidade e transparência, o governador Zema começa a organizar a casa e dar início à implantação de suas propostas de governo.

É preciso ser realista e trabalhar com o que tem. Se não tem dinheiro, o jeito é ser austero e saber dizer “não” quando necessário. Se na iniciativa privada o empresário Zema conquistou espaço no mercado, com certeza, como administrador público também conseguirá impor o seu modelo. Mas é certo que não é tão simples assim. Embora muitos entendam que é só fazer no Governo o que fez na iniciativa privada, posso afirmar que a administração pública é muito diferente da administração de empresas. As empresas visam, tão somente, ao lucro. O Governo visa ao bem-estar das pessoas, através de planejamento e execução de ações por servidores públicos, que também têm um perfil diferente dos trabalhadores das empresas privadas.

Outra decisão acertada do novo governador é a nomeação de membros do Governo com base no currículo, e não no apadrinhamento político e partidário. Ele tem essa liberdade e deverá usá-la, visto que não participou de conchavos e não deve favores a políticos e a outros grupos que deram apoio na campanha eleitoral em troca de cargos no Governo. Tem liberdade até mesmo para manter antigos ocupantes de cargos ou nomear pessoas ligadas a partidos políticos tradicionais. Creio que o Novo não significa ser novo na idade ou na política, mas, principalmente, querer um modelo novo de política e de administração pública. É impossível fazer uma gestão pública estritamente técnica e totalmente sem participação política, principalmente num estado como Minas Gerais. Existem núcleos no Governo que são essencialmente políticos, como é o caso da Secretaria de Governo. Acertou o governador Zema quando nomeou para a pasta um político experiente, conhecedor das demandas políticas e com bom trânsito entre as lideranças e as bases de diversos partidos políticos no estado.

Mudar não significa tão somente fazer o contrário. Mas, principalmente, fazer diferente. O povo mineiro espera do governador Romeu Zema um governo profissional, com gestão eficiente e responsabilidade social. Esperamos que, no final, com as contas em dia, prefeitos e servidores municipais possam contar com a “grana fácil Zema” para resolver os nossos problemas.

Este espaço é livre para a circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail ([email protected]) e devem ter, no máximo, 35 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.