Ídolo do Tupi, Toledo recebe homenagem do filho e do Rei Pelé
Moacyr Toledo, 34 anos, viajara para Caxambu, Sul de Minas Gerais, em 1966, junto com o elenco do Tupi para enfrentar os selecionáveis brasileiros convocados para a Copa do Mundo daquele ano, na Inglaterra. O Tupi de Toledo, Vicente, Eurico e João Pires chamara a atenção da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e de Vicente Feola, então treinador do selecionado, depois de duas vitórias sobre o Cruzeiro de Dirceu Lopes, Tostão e Piazza. A primeira, no Salles de Oliveira, por 3 a 2; a segunda, por 2 a 1, no Mineirão, episódio registrado e tradicionalmente narrado desde então como Fantasma do Mineirão.
Seleção Brasileira e Tupi, então, enfrentaram-se em jogo-treino, em Caxambu, durante a preparação do selecionado canarinho para o Mundial; Toledo, na ocasião, foi adversário de Djalma Santos, Bellini, Gérson, Zito, Mané Garrincha, Jairzinho e, sobretudo, de Pelé. Das fotos do confronto, uma destaca a marcação de Toledo sobre Pelé.
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Depois de 52 anos, Moacyr Toledo, 86 anos, recebeu, com dedicatória autografada pelo Rei, uma camisa retrô do Tupi rememorando o amistoso de Caxambu. “Para ele [Pelé] mandar um negócio desse… até para mim foi uma surpresa. Você precisa ver como o prefeito [Antônio Almas] ficou olhando aquele negócio. Pensei: ‘Que isso, rapaz!'”, conta Toledo. Além das palavras de Pelé, a camisa estampa uma foto registrada no dia do jogo entre ambos.
Providenciada pela família, a homenagem, realizada no último domingo (2), aconteceu em meio ao Jogo Solidário dos 30 – evento que reúne, há 17 anos, tanto ex-jogadores quanto atuais nascidos em Juiz de Fora para amistoso – no Estádio Municipal Radialista Mario Helênio. Além da camisa autografada, Toledo recebeu também, impressa em um banner, a fotografia de Pelé mostrando a camisa. “Na hora da festa, em que abriram o banner, o negócio ficou feio. Foi para acabar de matar mesmo”, brinca o antigo ponta-esquerda Carijó.
Nos 21 anos em que trajou a camisa alvinegra, Toledo marcou 201 tentos em 565 partidas. Ele é o jogador que mais vezes jogou pelo Tupi e o maior artilheiro da história do clube.
Um presente de filho para pai
Paulo Henrique Toledo, filho de Moacyr, buscou os contatos com a assessoria de Pelé. “O contato com o Pelé não é uma coisa muito fácil de se conseguir; primeiro, para chegar até ele e, segundo, por Pelé se sensibilizar com essa foto e prontamente nos atender”, relata o filho. “Após 52 anos, surgiu uma oportunidade de o Pelé fazer uma dedicatória e autografar a camisa com a foto. No momento do autógrafo, o Pelé fez a foto e ela [a secretária de Pelé] nos enviou”, relata Paulo.
Toledo e Pelé enfrentaram-se ainda em outra ocasião. Em 1968, Moacyr, pela Seleção Mineira, foi derrotado pela Seleção Paulista de Pelé por 4 a 3. Apesar de já bicampeão mundial pela Seleção Brasileira e ídolo do Santos, em campo Pelé não encheu os olhos de Toledo. “Você sabe o que é? O time do Tupi era tão bom que não deu para me impressionar muito não”, diz Moacyr. “Eu nunca vi um time tão bom como o Tupi teve naquela época. Mesmo passados os anos, eu lembro da escalação daquele Tupi, mas não consigo te falar a escalação do Tupi de hoje”, diz.
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