Deus, a natureza e o homem

Por Sagrado Lamir David, Médico e escritor


Por Por Sagrado Lamir David, Médico e escritor

27/11/2018 às 08h11- Atualizada 27/11/2018 às 08h14

“Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!” – Lavoisier.
Coitado do inteligente cientista francês caso convivesse com os homens do mundo de hoje! Ao afirmar, consciente e esperançoso, que a ciência somente colaboraria com os homens, para transformar o mundo, daquilo que de pior houvesse, naquilo que de melhor imaginássemos, ele se esqueceu de que existem Deus e o Diabo na Terra do Sol! E daí, José?!, como perguntaria, de novo e sempre, nosso curioso Poeta Maior, o preclaro Carlos Drummond de Andrade.

Daí, para todos os seres humanos de hoje, não tão humanos como os de ontem, influenciados e iludidos pela ambição desmedida, a portanto corrupta, daqueles que fazem do progresso falso uma desculpa horrorosa e criminosa, para lucros descabidos, portanto, criminosos, contra a condição humana.
Vejamos: o aquecimento global, a inteligência fria e calculista, que, desprezando a consciência natural e humana, verdadeira patrocinadora de nossos sentimentos humanos, os mais puros, querendo criar agora, depois da válida colocação da emoção ao lado da inteligência, com o reconhecimento pelos cientistas modernos e humanistas da inteligência emocional, a ambição criminosa de poder e de dinheiro, vem, agora, agredir nossa consciência e nosso coração, naturais e humanos, com “trabalhos científicos” visando a criar a estúpida e incompetente – para não dizer desumana – inteligência artificial.

“Credo cria absurdum”, como diria Tertuliano, se gritasse de seu túmulo romano, com o seu “é certo, porque impossível”, mostrando-nos que estaríamos destruindo a teoria brilhante da conservação das massas, tão brilhantemente criada por Lavoisier, e que abre este artigo.
Pois, ao invés de transformarmos a natureza tão necessária, e da qual temos consciência e sentimentos naturais de participar, agiriam através de confusas e duvidosas manipulações cibernéticas, de máquinas e escravos sub-humanos, escravos, de fato, daqueles que apenas cultivam, em suas mentes e ações, traídos pela ambição e pelo orgulho. Não a transformação da natureza, como previu o grande cientista francês, mas a sua total destruição, caso não façamos algo para impedir.

Desmatamentos criminosos, aquecimento global, incêndios horríveis em plena área civilizada europeia, inundações enormes que afogam multidões. Sem contar a demagogia criminosa de certos “políticos” que tentam impedir a entrada de pobres e desesperados cidadãos, tão humanos quanto eles, de áreas sofridas e miseráveis.

Para terminar, só me resta repetir Drummond: e daí, José?!, mesmo sabendo que nenhum deles se chama José.

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