Fotógrafo Jairo de Souza conta, através de suas fotos, grande parte dos 30 anos do Municipal
Os olhos brilham na recepção. Permanecem marejados durante quase duas horas de saudosismo e orgulho. Em suas mãos, o material favorito – a câmera fotográfica, deu lugar a três páginas escritas a mão com um resumo dos principais acontecimentos dos 30 anos do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, completados na última terça-feira (30). O sofá de sua casa foi coberto por camisas históricas do Flamengo, Sport Club JF, Cruzeiro e outras equipes que registrou no principal palco esportivo da cidade. Na quarta matéria da série sobre o aniversário de 30 anos do Estádio, a Tribuna mostra o trabalho de Jairo de Souza, que fotografou grande parte da história do esporte local no gramado.
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“Naquele tempo era maravilhoso para os repórteres e fotógrafos. Podiam entrevistar os jogadores e fazer diversas imagens diferentes. E tínhamos o prazer de entrar em um laboratório e fazer a própria foto aparecer com os produtos químicos que usávamos. Lembrar tudo isso e ser lembrado me deixa muito orgulhoso porque ajudei a contar a história de jogadores que atraíram grandes públicos no Estádio. Essas fotos vão ficar no meu coração para o resto da vida. E tenho que agradecer a todos que possuem as fotos que fiz e as conservam até hoje. Isso ficará para os filhos, netos de todos”, relata Jairo.
Entre as lembranças está o encontro com o técnico Telê Santana, quando comandou o Fluminense no Fla-Flu de despedida do Zico em 1989, duelo especial para o fotógrafo. “São muitas as partidas que pude fotografar, mas para mim as duas coisas mais marcantes foram a união dos clubes para criar o Manchester, na década de 1990, e a despedida do meu ídolo eterno, o Zico. Tive o prazer de fotografar ele durante toda carreira. Foram duas alegrias que tive no Estádio Municipal”, conta Jairo.
Há também a vinda de Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, em maio de 1996, como ministro Extraordinário dos Esportes da época, para participar da inauguração do projeto da Prefeitura, Bom de Bola, Bom de Escola, existente até hoje. O fotógrafo faz questão de exaltar, ainda o homenageado cronista esportivo e amigo, Mário Helênio. “Ele mora do lado esquerdo do meu peito. Eu estava sempre ao lado dele e, inclusive, levava para ele notícias de futebol. Eu praticava futsal, futebol society e ligava para o Mário Helênio, que me atendia prontamente, e passava os resultados para ele. Tinha um público que sempre o ouvia. Fora as vezes que ele me acompanhava nos jogos da imprensa. Deixou saudades, mas será lembrado pra sempre com a homenagem.”
Recordar é viver
Jairo fotografou, ao longo das décadas como profissional, diversos clássicos municipais, sobretudo entre Tupi e Sport Club Juiz de Fora. Mesmo não realizando mais a função, ele admitiu a possibilidade de levar uma câmera ao Estádio Municipal para um duelo mais que especial no início de 2019, ainda sem data definida, pelo Campeonato Mineiro.
“Estou feliz com a volta do Tupynambás. Pode até acontecer de eu querer matar a saudade de fotografar, mas devo ir ao estádio com meus filhos torcendo para que tudo dê certo e continuem (Baeta e Tupi) na Série A do Estadual. Mas quem sabe eu fotografe o Tu-Tu no Mineiro do ano que vem?! Os clássicos em Santa Terezinha e no campo do Sport recebiam milhares de torcedores. Era uma época muito boa e espero que a torcida volte ao campo para acompanhar as equipes da cidade.”