Gastronomia da Colônia Alemã de Juiz de Fora


Por Luiz Antonio Stephan, bacharel em Comunicação Social. Desenvolveu o atual modelo da Festa Alemã em 1990

16/09/2018 às 07h00

Está acontecendo mais uma Festa Alemã do Borboleta, a 29ª desde 1968. Sem dúvida, é um evento cultural que encanta os juiz-foranos e os visitantes pelas suas atrações culturais expressas nas músicas e nas danças folclóricas; na gastronomia, com comidas típicas, chope, pães cucas e tortas; no artesanato e no vestuário característico. Tudo muito simples, realizado pela comunidade, que tem como objetivo preservar e divulgar os costumes da Colônia Alemã de Juiz de Fora.

A colonização ocorreu em 1858, quando chegaram a, então, Santo Antônio do Paraibuna 1.162 imigrantes oriundos da Confederação Alemã (Deutscher Bund) para formar a “Colônia D. Pedro II”, criada por Mariano Procópio Ferreira Lage.
Focando no tema “gastronomia”, observamos que, com o passar dos anos, surgiu uma culinária típica da “Colônia Alemã”, originária do Norte europeu, mas com características próprias, adaptadas às matérias-primas que os imigrantes aqui encontraram.

Produziram artigos diferentes dos originais, mas com certa proximidade: o pão alemão, de farinha de trigo branca, considerado recentemente “patrimônio cultural imaterial” de Juiz de Fora, manteve-se muito próximo do original, mas, na Europa, existia uma variedade maior de cereais, que permitia muito mais variedades desse alimento; “cucas” e tortas até foram enriquecidas no Brasil, com variedades de sabores locais como coco, goiaba, banana etc.; biscoitos, apfell strudel, picles, chucrute, salada de batatas, linguiças, chouriço branco (leberwurst), queijo de porco (schwatenmagem) também são bem fiéis ao original.

As festas alemãs do Borboleta foram realizadas em 1969, 1972 e 1976, mas, somente em 1990, quando foi realizada a primeira festa no modelo atual, é que o evento deslanchou. Nesse ano, foram incorporados ao cardápio: o salsichão branco, o salsichão, o carré defumado (kasseler) e o joelho de porco (eisbein), novidades que surpreenderam a todos, valorizaram o cardápio e passaram a ser as referências gastronômicas da festa.

Outro fato importante é que as festas de 1969, 1972 e 1976, as primeiras, foram atendidas pela cervejaria José Weiss, empresa juiz-forana, mas, em 1990, quando se retomaram as comemorações, somente empresas nacionais tinham capacidade de atender a festa, quadro que se alterou nos últimos dois ou três anos, quando empresas autóctones já suprem quase a totalidade do consumo, com chope e cervejas artesanais de alta qualidade.

Para conhecer mais, acesse a página “Colônia Alemã” no endereço eletrônico www.almanaquehistoriajuizdefora.com.

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